Economia

Fortes dados de emprego nos EUA colocam Fed sob os holofotes

Foram criadas 321 mil vagas fora do setor agrícola no mês passado, maior número desde janeiro de 2012


	Federal Reserve: há sinais que o fortalecimento das condições do mercado de trabalho começam a provocar crescimento mais rápido dos salários
 (Jonathan Ernst/Reuters)

Federal Reserve: há sinais que o fortalecimento das condições do mercado de trabalho começam a provocar crescimento mais rápido dos salários (Jonathan Ernst/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 12h42.

Washington - A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos atingiu, em novembro, o maior número em quase três anos e os salários aumentaram, um sinal de força na economia que pode deixar o banco central mais perto de elevar a taxa de juros.

Foram criadas 321 mil vagas fora do setor agrícola no mês passado, maior número desde janeiro de 2012, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira. A taxa de desemprego permaneceu na mínima de seis anos de 5,8 por cento.

"Acho que isso irá pressionar o Fed a elevar os juros no primeiro semestre do próximo ano..., talvez mesmo março", afirmou o economista-chefe do Vining Sparks Craig Dismuke.

Os dados de setembro e outubro foram revisados para mostrar 44 mil vagas a mais do que divulgado anteriormente. Economistas consultados pela Reuters esperavam criação de apenas 230 mil vagas.

O dólar saltou em relação ao euro para o maior nível desde agosto de 2012. O rendimento do Treasury de dois anos aumentou para o nível mais alto desde maio de 2011.

Novembro marca o 10º mês seguido em que a criação de vagas supera 200 mil, a mais longa série desde 1994, confirmando que a economia está enfrentando bem as desacelerações na China e na zona do euro, bem como a recessão no Japão.

Um relatório separado do Departamento do Comércio mostrou que as exportações subiram 1,2 por cento em outubro, ajudando a reduzir o déficit comercial. As exportações à União Europeia, China e Japão subiram.

Há sinais que o fortalecimento das condições do mercado de trabalho começam a provocar crescimento mais rápido dos salários, importante fator que determinará o momento da primeira alta de juro pelo Federal Reserve, banco central norte-americano.

Os ganhos médios por hora subiram 9 centavos em novembro, representando alta de 2,1 por cento ante o ano anterior --ainda bem abaixo do aumento de 3 por cento ou mais que, segundo economistas, deixará o Fed confortável em elevar os juros do atual nível perto de zero, onde estão desde dezembro de 2008.

Muitos economistas acreditam que o Fed irá aguardar até meados de 2015 para elevar os juros.

Detalhes do relatório de emprego de novembro foram positivos. A maioria das medidas que a chair do Fed Janet Yellen acompanha para avaliar a capacidade ociosa no mercado de trabalho mostram mais melhora.

Uma medida ampla de emprego que inclui pessoas que querem trabalhar mas desistiram de procurar e aquelas que trabalham meio período porque não conseguiram encontrar trabalho de período integral caiu para nova mínima de seis anos de 11,4 por cento, ante 11,5 por cento em outubro. Os números de desempregados de longo prazo também estão diminuindo.

A taxa de participação da força de trabalho, ou fatia de norte-americanos em idade de trabalho que estão empregados ou ao menos procurando serviço, permaneceu em 62,8 por cento.

A criação de vagas foi generalizada, com o setor de varejo contratando 50,2 mil em antecipação à temporada de compras de Natal. A criação de vagas na indústria e na construção acelerou em outubro, e o setor público acrescentou 7 mil vagas.

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