A utilização de armamento pesado por parte dos milicianos obrigou as autoridades do aeroporto a desviaram o tráfego ao aeroporto de Matiga, a 15 quilômetros da capital (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2012 às 18h47.
Trípoli - As forças de segurança da Líbia retomaram o controle do aeroporto de Trípoli horas após uma milícia ter irrompido na pista em protesto contra o desaparecimento de seu líder no domingo, informou nesta segunda-feira o vice-ministro de Interior do país, Omar al-Jadrawi.
Em declarações à imprensa, Jadrawi disse que o Exército controla totalmente o aeroporto e que mais de 30 homens armados da milícia foram detidos.
A intervenção das forças de segurança aconteceu depois do presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio, Mustafa Abdel Jalil, começar as negociações diretas com os milicianos da brigada de ''Al Awfiya'' (Os Fiéis), da cidade de Tarhuna, a 90 quilômetros ao sul de Trípoli.
A utilização de armamento pesado por parte dos milicianos obrigou as autoridades do aeroporto a desviaram o tráfego do aeroporto de Matiga, a 15 quilômetros da capital.
O chefe da milícia ''Al Awfiya'', Abu Ayila al Hubshi, desapareceu no último domingo quando estava na região de Qasr Bin Ashir, nos arredores da capital líbia.
Em comunicado conjunto, os dois conselhos locais desautorizaram o ataque e destacaram que os habitantes de Tarhuna não podem dificultar a segurança e a estabilidade do país. Da mesma forma, as autoridades civil e militar condenaram a atitude dos milicianos.
A ausência de corpos de segurança estatais eficazes favoreceu os protestos das milícias líbias, iniciados durante o levantamento armado que acabou com o regime de Muammar Kadafi e que continuam operando.
Em 8 de maio, um grupo de milicianos que protestava pela falta de pagamento de indenizações prometidas pelo Conselho Nacional de Transição (CNT) realizou um ataque armado contra a sede do Executivo, no qual morreram duas pessoas.
Após essa ocorrência, o primeiro-ministro transitório líbio, Abderrahim al Kib, insistiu na necessidade de pôr fim à livre circulação de armas no país e advertiu sobre os perigos da presença descontrolada de armas.