Economia

Foie gras é bom para a França, com a crueldade com os patos?

Combatido por ativistas de direitos animais, produto teve recorde de exportação em 2012

Patê de foie gras: produto é um dos principais alvos dos defensores de direitos dos animais (Phode/Wikimedia Commons)

Patê de foie gras: produto é um dos principais alvos dos defensores de direitos dos animais (Phode/Wikimedia Commons)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 12 de dezembro de 2013 às 07h18.

São Paulo - Na semana passada, a capa do caderno de economia do jornal Le Parisien decretou: "O foie gras é bom para a França!".

O polêmico produto, obtido através da hipertrofia do fígado de patos e gansos alimentados à força, registrou recorde de exportação no ano passado: 10 mil toneladas, ou 1,84 bilhão de dólares.

Além de ser o maior produtor e consumidor do mundo de foie gras, a França exporta 56,7% de sua produção, de acordo com Marie-Pierre Pé, participante do Comitê Inter-profissional de Foie Gras. 

Assombrado por números econômicos negativos, como a maior taxa de desemprego em 16 anos, o país encontrou razões para otimismo no produto cuja produção de seus poucos concorrentes, como Canadá e Hungria, é considerada de pior qualidade.

O estado americano da Califórnia proíbe a produção e a venda de foie gras no seu território. Outros países como Israel, Reino Unido, Alemanha e Itália passaram leis para impedir a alimentação forçada, mas não proíbem a importação.
 
"Eles não podem defender o livre comércio e impedir a vinda de um bom produto como o foie gras", declarou François Hollande a produtores rurais em julho do ano passado, pouco após assumir a presidência.
 
Na ocasião, ele disse também que considera o foie gras "uma grande produção francesa" e que só lamenta que falte poder de compra para que mais cidadãos consumam o produto.
 
Hollande enfrenta atualmente uma taxa de aprovação na casa dos 20% - a pior para um presidente francês desde que a medição começou em 1958.
Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoComércio exteriorEuropaExportaçõesFrançaFrançois HollandePaíses ricosPolíticosTrigo

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto