BC: para o final de 2016, a mediana das projeções para o IPCA foi mantida em 5,60% (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 09h02.
Brasília - Na semana de poucos dias úteis por causa do feriado de carnaval, também foram mais tênues as mudanças de projeções do Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 23, pelo Banco Central. Mesmo assim, elas ocorreram.
Segundo o documento, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará o ano em 7,33%, e não mais em 7,27% como aguardava o mercado no levantamento anterior.
Há um mês, a mediana das estimativas para o indicador estava em 6,99%. Esta é a oitava semana consecutiva em que há alta das previsões para o IPCA de 2015.
A expectativa de que o BC não entregará, portanto, a inflação de 2015 sem estourar o teto da meta de 6,50% também pode ser vista no Top 5 de médio prazo, que é o grupo dos economistas que mais acertam as previsões.
Para esses profissionais, a mediana para o IPCA deste ano segue acima da banda superior da meta, mas permaneceu em 7,12% como na semana passada. Quatro semanas atrás, estava em 6,86%.
Para o final de 2016, a mediana das projeções para o IPCA foi mantida em 5,60% pela quarta semana seguida. No Top 5, a projeção para a inflação no final do ano que vem também ficou inalterada em 5,65% - um mês antes estava em 5,60%.
O Banco Central trabalha com um cenário de alta para o IPCA nos primeiros meses deste ano, mas conta com um período de declínio mais para frente, levando o indicador a ficar no centro da meta de 4,5% no encerramento de 2016.
Apesar desse prognóstico mais positivo para o médio prazo, as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente seguem elevadas.
Passaram, no entanto, de 6,56% para 6,55% de uma semana para outra, ante 6,69% de um mês antes.
É no curto prazo que os preços mostram mais descontrole. Depois da alta de 1,24% de janeiro, revelada pelo IBGE, os analistas preveem que o IPCA suba 1,04% em fevereiro - na semana anterior estava em 1,02% e quatro antes, em 1,00%.
Para março, é aguardada uma pequena desaceleração da taxa, que deve ser de 0,79%.
Na semana anterior, porém, a mediana das previsões estava mais baixa, em 0,70% e um mês antes, em 0,60%.