BC: a instituição afirmou ainda que "o crescimento sustentável é um objetivo do governo como um todo" (Gustavo Gomes/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 17h10.
Brasília - Em meio às discussões no governo a respeito da possibilidade de se estabelecer um mandato duplo para o Banco Central (BC), a instituição afirmou nesta quinta-feira, 22, ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), por meio de sua assessoria de imprensa, que o foco no controle da inflação "tem servido bem ao País" e que "a lei de autonomia do BC deve consagrar o que já existe hoje de fato".
Atualmente, o BC possui mandato simples - ou seja, ele tem como objetivo apenas o controle da inflação, por meio da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 6,75% ao ano.
Na proposta de autonomia do Banco Central, que está sendo discutida no governo, uma das medidas estudadas é o estabelecimento de mandato duplo: controle da inflação e crescimento econômico (ou geração de empregos).
De acordo com o BC, a instituição "opera sob o regime de metas de inflação desde 1999 (à semelhança de muitos países no mundo), com foco no objetivo de inflação, o que tem servido bem ao País".
A instituição afirmou ainda que "o crescimento sustentável é um objetivo do governo como um todo, consequência do aumento de produtividade e eficiência na economia". "O BC, ao gerar estabilidade monetária e financeira, contribui para o crescimento do País."
O BC lembrou ainda, em resposta a questionamento do Broadcast, que o projeto de autonomia "faz parte da Agenda BC+ e passou a ser prioridade na agenda legislativa do governo e do Congresso". Conforme o BC, as áreas técnica e jurídica da instituição, "em conjunto com outras áreas do governo e Congresso, irão se debruçar sobre o assunto".
Na manhã desta quinta, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, esteve reunido com o presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no Palácio do Planalto, para discutir a proposta de autonomia do Banco Central.