Sede do FMI: organização prevê um crescimento para os EUA de 1,6% neste ano e de 2,6% em 2014 (Saul Loeb/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2013 às 12h56.
Washington - Os Estados Unidos serão o principal motor da economia global se conseguir solucionar a incerteza fiscal, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê um crescimento para o país de 1,6% neste ano e de 2,6% em 2014.
"Espera-se que o impulso ao crescimento global provenha principalmente dos Estados Unidos, onde a atividade passará a uma marcha mais acelerada à medida que a consolidação fiscal se suavizar e as condições monetárias se mantiverem acomodatícias", afirmou o organismo em seu novo relatório "Perspectivas econômicas globais", divulgado nesta terça-feira.
O FMI elogiou o bom comportamento mostrado pela economia dos Estados Unidos em 2013 apesar do "excessivamente rápido e mal desenhado" plano de corte no gasto público posto em prática neste ano.
"Recentes indicadores sugerem que a recuperação subjacente está ganhando terreno, favorecida pela subida no mercado imobiliário", disse o organismo internacional.
Além disso, o FMI destacou a progressiva queda da taxa de desemprego nos Estados Unidos, que passou de 10% em 2009 para 7,3% em agosto deste ano, embora reconheça que "grande parte da melhoria provém da menor participação (dos americanos) na força de trabalho".
Outro elemento que ajudou a uma melhor perspectiva nos Estados Unidos é a contração de seu déficit por conta corrente no segundo trimestre de 2013, em parte pelo aumento na produção doméstica de energia.
No entanto, o FMI frisou que estas projeções só serão possíveis caso os EUA resolvam brevemente a paralisação da administração federal e aumentarem o teto da dívida antes de 17 de outubro.
Um fracasso na hora de elevar o limite de endividamento federal, afirmou o organismo internacional, "teria efeitos adversos nos mercados financeiros e na atividade econômica, com efeitos no resto do mundo".
Por outro lado, o FMI reiterou seu apoio à política expansiva monetária do Federal Reserve (Fed), que considera "apropriada" dada a ainda morna recuperação econômica.
Mas o organismo recomendou que a progressiva retirada do programa de compra de bônus, que poderia se iniciar no final de ano, seja "calibrada com cuidado" e administrada com uma "comunicação eficaz".