Christine Lagarde: os menores crescimentos com relação aos calculados em janeiro são respostas "ao ajuste das condições financeiras" (Thierry Charlier/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2016 às 11h46.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou nesta terça-feira a revisar para baixo sua previsão de crescimento global, até 3,2% neste ano (dois décimos a menos) e até 3,5% em 2017 (um décimo a menos), pela "perda de impulso nas economias avançadas e um novo episódio de volatilidade financeira".
Em seu relatório "Perspectivas Econômicas Globais", divulgado ao início da reunião de primavera deste organismo e do Banco Mundial (BM), o Fundo aponta que, embora a recuperação mundial continue, "é feita aida a um ritmo mais lento e frágil".
O FMI rebaixou as previsões de crescimento dos EUA, a primeira economia mundial, até uma taxa de 2,4% em 2016 e de 2,5% em 2017, dois décimos a menos no primeiro caso e um décimo no segundo.
Esses menores crescimentos com relação aos calculados em janeiro são respostas "ao ajuste das condições financeiras", diz o documento.
Além disso, a zona do euro vê reduzir na mesma medida seu crescimento esperado do PIB para este ano, que agora está em 1,5% e para o ano que vem, 1,6%, enquanto que o Japão deve crescer apenas 0,5%, e voltará à recessão em 2017, com uma queda de 0,1%.
A isto se acrescenta o contínuo empecilho para o panorama global que representam as contrações econômicas no Brasil e Rússia -ambos países entraram no ano passado em recessão-, que serão de 3,8% e de 1,8%, respectivamente, ou seja, três e oito décimos maiores do que o calculado em janeiro, quando o FMI publicou suas anteriores estimativas.
No plano positivo, o Fundo situa a China, cujas dúvidas provocaram recentes episódios de volatilidade financeira, e que finalmente crescerá algo mais do que o esperado, 6,5% este ano e 6,2% no próximo -em ambos casos dois décimos a mais que o previsto anteriormente-, graças "à resistência da demanda doméstica".
A reunião de primavera do FMI e o Banco Mundial (BM) reúne durante esta semana em Washington os líderes econômicos dos 188 países-membros de ambas instituições.