O FMI também reduziu a previsão de crescimento brasileiro, para 3% no ano (Alex Wong/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2012 às 14h56.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo nesta terça-feira o crescimento mundial em 2012, para 3,3%, contra 4% previstos anteriormente, em um contexto de desaceleração e de risco elevado de descontrole financeiro na zona do euro.
Para a América Latina, a previsão de crescimento do FMI passou de 4% para 3,6% em 2012. O Fundo advertiu ainda que esse corte do crescimento mundial é bastante significativo, de 0,7 ponto percentual com relação às previsões de setembro, e que por isso todas as regiões devem ser afetadas.
Os problemas relativos à dívida e ao déficit público na Europa foram ressaltados pelo Fundo, mas ao mesmo tempo foi pedido que as medidas de austeridade não agravem a situação.
O Brasil teve seu crescimento reduzido em 0,6 ponto percentual pelo fundo, para 3%, e o do México foi cortado em apenas 0,1 ponto percentual, para 3,5%.
A projeção para os Estados Unidos se manteve sem alterações, com uma expansão prevista em 1,8%, mas a União Europeia entrará em recessão, com uma contração de 0,5% (queda de 1,6 ponto percentual).
A China crescerá em 2012 cerca de 0,8 ponto percentual a menos, a 8,2%, e o Japão deve crescer apenas 1,7% (-0,6 ponto percentual).
Já a Espanha deve apresentar uma contração de 1,7% em 2012 e uma queda de 0,3% em 2013. Já a Itália cairá 2,2% em 2012, segundo o Fundo.
"O novo governo espanhol está tomando as medidas econômicas adequadas", disse nesta terça-feira Olivier Blanchard, economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI). Contudo, segundo o mesmo economista, o país não deverá cumprir sua meta de déficit de 6% do PIB este ano.
"Está claro que este governo está comprometido em tentar fazer o que for preciso e até agora os sinais têm sido positivos", disse Blanchard durante uma coletiva de imprensa, após apresentar uma redução das previsões do Fundo sobre a economia mundial.
A Espanha, como a zona do euro, entrará em recessão em 2012.
A eurozona sofrerá uma contração de 0,5% este ano, segundo as previsões atualizadas do Fundo, e Espanha de 1,7% em 2012 e 0,3% em 2013.
Como consequência, o déficit espanhol se situará a 6,8% do PIB este ano e a 6,3% em 2012, longe dos 6% acordado com os sócios europeus.
O FMI estima que a Espanha tenha fechado 2011 com um déficit de 8%, em linha com o previsto pelo governo conservador de Mariano Rajoy pouco depois de assumir o poder.
* Matéria atualizada às 16h00