Economia

FMI reduz projeção de crescimento do Brasil em 2025; veja o novo valor

Instituição divulgou o relatório World Economic Outlook nesta terça-feira

Kristalina Georgieva, diretora do FMI, ao lado de logo da entidade, em Washington (Jim Watson/AFP)

Kristalina Georgieva, diretora do FMI, ao lado de logo da entidade, em Washington (Jim Watson/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 22 de abril de 2025 às 10h03.

Última atualização em 22 de abril de 2025 às 11h08.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta terça-feira, 22, o relatório World Economic Outlook, que traz as previsões mais atualizadas para a economia global. O fundo aponta que o Brasil crescerá 2,0%. A última previsão, em janeiro, apontava alta de 2,2%.

Para 2026, o FMI também estima que o Brasil avance 2,0%.

A entidade estima, ainda, que a inflação no Brasil será de 5,3% em 2025 e de 4,3% em 2026. A entidade aponta ainda que o desemprego no país deve ficar em 7,2% este ano e em 7,3% em 2026.

Segundo a última edição do boletim Focus, divulgado na manhã desta segunda, o mercado brasileiro espera alta de 2% do PIB em 2025 e de 1,7% em 2026.

Para a economia global, o fundo estimou queda no crescimento, gerada pelos impactos das tarifas comerciais impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Agora, a expectativa é que o PIB global suba 2,8%. Em janeiro, a estimativa era de 3,3%.

A maior economia do mundo teve a previsão de crescimento deste ano rebaixada de 2,7% para 1,4%. A estimativa anterior havia sido divulgada em janeiro, antes do início do governo Trump. Já a perspectiva para a economia global em 2025 foi reduzida de 3,3% para 2,8%. A da China baixou de 4,6% para 4%.

"Esperamos que o forte aumento nas tarifas e na incerteza leve a uma desaceleração significativa do crescimento global no curto prazo", diz Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI no relatório.

"As tarifas representam um choque negativo de oferta para a economia, uma vez que os recursos são realocados para a produção de bens não competitivos, resultando em perda de produtividade agregada, menor atividade econômica e maiores custos e preços de produção", afirma Gourinchas. "Além disso, no médio prazo, ao reduzir a concorrência, as tarifas aumentam o poder de mercado dos produtores domésticos e diminuem os incentivos à inovação."

Cadeias complexas

O FMI aponta ainda que os efeitos das tarifas são ampliados pela existência das complexas cadeias globais de suprimentos. "A maioria dos bens comercializados são insumos intermediários que atravessam diversos países várias vezes antes de serem transformados em produtos finais. As disrupções setoriais podem se propagar  como vimos durante a pandemia. Antecipando tais disrupções, também revisamos para baixo nossa projeção de crescimento do comércio global em 1,5 ponto percentual neste ano, com uma leve recuperação prevista para 2026", apnta o fundo.

O relatório aponta ainda que a incerteza em torno da política comercial também é um fator importante que deprime nossas perspectivas. "Diante da crescente incerteza sobre o acesso aos mercados—tanto os próprios quanto os de seus fornecedores e clientes—, a reação inicial de muitas empresas será pausar, reduzir investimentos e cortar compras. Da mesma forma, as instituições financeiras reavaliarão sua oferta de crédito às empresas até que possam avaliar a exposição destas ao novo ambiente", afirma. Um reflexo disso, segundo o fundo, é a atual queda no preço do petróleo.

O fundo recomenda que os países consigam retomar um sistema de comércio global funcional e previsível, que sejam tomadas ações para eliminar barreiras e pontos de conflito entre os países.

Veja as previsões de crescimento da economia global

PIB global
2025 - 2,8
2026 - 3

Brasil
2025 - 2
2026 - 2

Estados Unidos
2025 - 1,8
2026 - 1.7

China
2025 - 4
2026 - 4

Zona do Euro
2025 - 0,8
2026 - 1,2

Japão
2025 - 0,6%
2026 - 0,6%

Reino Unido
2025 - 1,1%
2026 - 1,4%

México
2025 - -0,3%
2026 - 1,4%

Índia
2025 - 6,2%
2026 - 6,3%

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