Americanos esperam para entrar em uma loja na Flórida durante a "Black Friday": a diminuição das despesas das famílias é um dos motivos para o crescimento modesto (Spencer Platt/Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2012 às 13h22.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta terça-feira uma leve redução em suas previsões de crescimento para os Estados Unidos, pedindo que o país evite um recuo "muito rápido" das despesas públicas.
Em seu relatório anual sobre a economia americana, o Fundo prevê um crescimento econômico de 2,0% em 2012 e de 2,3% em 2013, enquanto as estimativas anteriores eram de 2,1% e 2,4% em abril.
A economia americana permanece "apática" e enfrenta "fortes ventos contrários", indicam os economistas do FMI. "É provável que o crescimento se mantenha modesto durante os próximos dois anos, devido à diminuição das despesas das famílias, às restrições orçamentárias e a uma demanda mundial abaixo do normal".
O FMI alerta para as armadilhas que ainda fragilizam a retomada americana, principalmente uma eventual intensificação da crise da dívida na zona do euro, que pode afetar, principalmente, as exportações americanas.
A instituição considera "crucial", de qualquer forma, evitar o que vem sendo chamado nos Estados Unidos de "precipício fiscal" ("fiscal cliff"): sem um acordo no Congresso até o final do ano sobre uma forma de reduzir a dívida pública, que representa cerca de 100% do PIB americano, várias medidas de relançamento e de reduções de impostos vão expirar ao mesmo tempo em que entrarão em vigor as reduções automáticas das despesas públicas.
Lembrando que a redução do déficit orçamentário dos Estados Unidos deve ser superior em 2012 às estimativas do governo depois da votação do orçamento, os economistas estimam que a redução prevista para 2013 "será mais rápida, levando em consideração o crescimento e os riscos de contração da economia".