Economia

FMI propõe reformas estruturais para Brasil voltar a crescer

As sugestões constam do relatório Respondendo a Novas Realidades, divulgado pela diretora-gerente do fundo monetário


	FMI: ao Brasil, o fundo monetário sugeriu investimentos em educação e reformas no mercado de trabalho para elevar a produtividade do país
 (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

FMI: ao Brasil, o fundo monetário sugeriu investimentos em educação e reformas no mercado de trabalho para elevar a produtividade do país (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2015 às 16h40.

Brasília - O Brasil precisa fazer reformas estruturais, investindo em educação e melhoria no ambiente de negócios para voltar a crescer, recomendou hoje (8) o Fundo Monetário Internacional (FMI).

As sugestões constam do relatório Respondendo a Novas Realidades, divulgado pela diretora-gerente do fundo, Christine Lagarde, na abertura da reunião do órgão em Lima, no Peru.

O documento, que contém uma agenda global de políticas para os países-membros do órgão, fez uma série de recomendações ao Brasil e a outros países emergentes afetados pela queda do preço das commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional).

Em relação ao Brasil, o FMI sugeriu investimentos em educação e reformas no mercado de trabalho para elevar a produtividade do país.

“Em mercados emergentes e países em desenvolvimento, enfrentar os gargalos na infraestrutura energética (Índia, Indonésia, África do Sul e Tanzânia), melhorar as condições de negócio (Brasil, Rússia, Senegal, Oriente Médio e Ásia Central) e implementar reformas na educação e no mercado de trabalho e de produção (Brasil, China, Índia e África do Sul) podem impulsionar a produtividade e pavimentar o caminho para níveis mais altos de desenvolvimento”, destacou o relatório.

De acordo com o documento, apesar da recuperação em algumas economias avançadas, a economia global enfrenta um cenário difícil por causa da perspectiva de aumento de juros nos Estados Unidos e a desaceleração da economia chinesa, que afetou especialmente países exportadores de commodities, entre eles o Brasil.

Nos países avançados, a demanda continua deficiente, em meio a dúvidas sobre a continuidade da estagnação e o envelhecimento da população.

“Os Estados Unidos estão prontos para aumentar os juros em meio à recuperação econômica, a China passa por uma desaceleração esperada enquanto reequilibra o crescimento, criando transbordamentos maiores que o previsto, e os produtores de commodities enfrentam o fim de um longo ciclo de altos preços. Essas transições necessárias impõem um desafio, particularmente para países em desenvolvimento, emergentes e de baixa renda, cujas perspectivas decaíram mais”, acrescentou o documento.

Essa é a primeira vez que o FMI se reúne na América Latina em 50 anos. O encontro ocorre até domingo (11) na capital peruana. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participam da reunião.

Acompanhe tudo sobre:Ajuste fiscalCommoditieseconomia-brasileiraFMIMercado de trabalhoreformas

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto