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FMI prevê que Fed fará mais dois cortes nos juros até o fim do ano e quatro em 2025

FMI projeta cortes nas taxas de juros nos EUA em resposta ao avanço da desinflação, com impactos no crescimento econômico

 (Smith Collection/Gado/Getty Images)

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EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 22 de outubro de 2024 às 15h56.

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta terça-feira, 22, em Washington, que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, realizará mais dois cortes nas taxas de juros em 2024 e quatro em 2025. A medida é atribuída à queda da inflação no país.

“Por que pensamos assim? Por causa do progresso na inflação. Agora a preocupação do Fed é garantir que essa última parte do processo não atinja a atividade econômica”, afirmou Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI, em entrevista coletiva.

Projeções econômicas para 2024 e 2025

A organização apresentou seu relatório de perspectivas econômicas globais e revisou para cima a projeção de crescimento dos EUA. A previsão para 2024 aumentou em 0,2 ponto percentual, chegando a 2,8%. Já para 2025, a estimativa subiu 0,3 ponto percentual, alcançando 2,2%, em comparação às previsões de julho.

Gourinchas destacou que a luta contra a inflação está próxima do fim. Em 2023, a inflação foi de 4,1%, enquanto para 2024 a previsão é de 3%, e para 2025, de 1,9%, ligeiramente abaixo da meta de 2%.

Fed inicia novo ciclo de redução de juros

Na reunião de setembro, o Fed começou um ciclo de cortes nas taxas com uma redução agressiva de meio ponto percentual, ajustando-as para uma faixa de 4,75% a 5%. No plano econômico, o banco central indicou que mais cortes podem acontecer ainda neste ano, seja na reunião de 6 e 7 de novembro ou na última, marcada para 17 e 18 de dezembro.

No final de setembro, Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou que não seria necessário um arrefecimento maior do mercado de trabalho para alcançar a meta de inflação de 2%.

Impactos no mercado de trabalho

O economista-chefe do FMI admitiu que o mercado de trabalho dos EUA está passando por um esfriamento, o que deve ser levado em consideração pelo Fed. “O foco deve ser garantir que a inflação não impacte negativamente a atividade econômica”, afirmou Gourinchas.

Apesar dos desafios, a previsão para os EUA é positiva, segundo Gourinchas: “O forte crescimento ocorreu em um contexto de desinflação contínua”, mencionou ele. Ainda assim, obstáculos foram enfrentados ao longo do caminho, algo que não foi observado em outras economias avançadas.

O mercado de trabalho norte-americano permanece robusto, embora tenha registrado um leve esfriamento. O desemprego, que era de 3,6% em 2023, deve subir para 4,1% em 2024 e para 4,4% em 2025.

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