Euro: no que se refere ao comportamento dos preços, se prevê uma progressiva redução das pressões inflacionárias na Espanha de 2,4% em 2012, para 1,9% dos finais de 2013 e 1,5% para o fechamento de 2014. (Chung Sung-Jun/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2013 às 14h37.
Washington - A economia espanhola reduzirá 1,6% em 2013 e sairá da recessão em 2014 com um crescimento de 0,7%, números que se emolduram no contexto de recessão da zona do euro, que contrairá 0,3% em 2013, disse nesta terça-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O organismo reduziu, assim, as previsões de crescimento para a Espanha em 2013 e 2014.
Em seu novo relatório "Perspectivas Econômicas Globais" divulgado nesta terça, o Fundo reitera as "vulnerabilidades da periferia da zona do euro como um dos principais riscos a curto prazo" para a recuperação mundial, especialmente após "os eventos no Chipre e a situação política na Itália".
Em seus cálculos de janeiro, o FMI tinha previsto uma contração de 1,5% para a economia espanhola neste ano e um retorno ao caminho do crescimento de 0,8% em 2014.
Deste modo, o organismo internacional se mostra mais cauteloso do que o Governo espanhol, que tinha calculado uma contração da economia espanhola de 0,5% para 2013 e uma alta de 1,2% para 2014.
Por outro lado, o Fundo espera que o desemprego na Espanha suba em 2013, com uma taxa de 27%, a maior da eurozona junto com a Grécia, e que só comece a se reduzir levemente em 2014 até 26,5%.
No que se refere ao comportamento dos preços, se prevê uma progressiva redução das pressões inflacionárias na Espanha de 2,4% em 2012, para 1,9% dos finais de 2013 e 1,5% para o fechamento de 2014.
Como dado encorajador, além disso, espera-se que a balança de conta corrente volte a ser positiva em 2013 com 1,1% e depois cresça até 2,2% em 2014, estimulada pelo avanço do setor exterior espanhol.
A revisão de queda das perspectivas na eurozona, de um décimo, até 0,3% em 2013, se produz com especial magnitude na Itália e França, com rebaixamentos de quatro décimos em ambos os casos.
A França fechará 2013 em recessão, com uma queda do Produto Interno Bruto de 0,1% (contra 0,3% positivo previsto em janeiro), a Itália com uma recessão de até 1,5% (com relação a 1,1% previsto três meses atrás).
Por sua parte, a Alemanha, a grande locomotiva europeia, vê revisado ligeiramente em alta seu crescimento para 2013, de 0,5% previsto em janeiro, até 0,6% atualmente, o único aumento nas previsões do Fundo para um país da eurozona.
A médio prazo, o organismo internacional dirigido por Christine Lagarde, ressaltou que "os desafios para a zona do euro são a fadiga do ajuste fiscal, as insuficientes reformas institucionais e uma prolongado estagnação".
Mais uma vez, o FMI volta a falar da importância de aprofundar a reforma laboral, com especial ênfase nos países do sul da Europa, "para aumentar sua competitividade" e melhorar sua produtividade.
Além disso, o Fundo pede que "o ritmo de consolidação fiscal seja crível, com objetivos estruturais mais do que nominais" na eurozona.
O organismo insiste também em sua chamada ao Banco Central Europeu (BCE) para que mantenha sua política monetária expansiva, ao apontar que dado "o descenso esperado das pressões inflacionárias ainda existe espaço monetário para maiores medidas de estímulo não convencionais".
Para a segunda metade do ano e princípios de 2014 espera-se que comece a ter uma recuperação "muito gradual" da economia na zona do euro, ajudada por um "menor freio fiscal e uma moderada melhora das condições de crédito".
Para o próximo ano, as previsões de crescimento do FMI são de 1,1% para a zona do euro.
Desde hoje e até no próximo sábado 20 de abril, será realizada em Washington a Reunião de Primavera do FMI e o Banco Mundial (BM), na qual são analisados os desafios econômicos globais e que contará também com uma nova cúpula de ministros de Economia e bancos centrais do G20.