FMI afirmou nesta quinta-feira que as propostas econômicas do presidente eleito, Jair Bolsonaro, vão na direção "adequada" (Andrew Harrer/Bloomberg)
EFE
Publicado em 1 de novembro de 2018 às 13h43.
Última atualização em 11 de abril de 2019 às 16h00.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou nesta quinta-feira que as propostas econômicas do presidente eleito, Jair Bolsonaro, vão na direção "adequada", mas ressaltou que é fundamental realizar "uma ambiciosa reforma tributária", liderada pela previdência.
"Por enquanto, o que escutamos de reformas vão na direção adequada", declarou à Agência Efe Krishna Srnivasan, diretor-adjunto do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, após apresentar o relatório regional sobre América Latina no centro de estudos Diálogo Interamericano.
"Há um roteiro para o Brasil, esperamos que façam uma ambiciosa reforma tributária; liderada pela reforma da previdência, que é a fundamental", indicou.
Srnivasan ressaltou, neste sentido, que "é importante para manter a sustentabilidade fiscal e a própria sustentabilidade do sistema de pensões ".
Bolsonaro já anunciou que sua equipe econômica será comandada pelo economista liberal Paulo Guedes, que será seu futuro ministro da Economia, uma superpasta que fundirá os ministérios da Fazenda, do Planejamento e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Durante a campanha, o ultradireitista apregoou uma política econômica liberal que buscará reduzir o tamanho do Estado com novas privatizações e concessões, sanear as contas públicas e abrir a economia do país.
Sobre as tensões comerciais e os riscos de uma escalada do protecionismo em nível global, o funcionário do FMI lembrou que, "embora o Brasil seja uma das maiores economias da região, é relativamente fechado".
"Houve um impulso para abrir mais a economia, e esperamos que esse impulso continue" com o novo governo brasileiro, afirmou Srnivasan.
Nas suas últimas previsões globais do mês passado, o FMI reduziu o crescimento estimado para o Brasil a 1,4% em 2018 e a 2,4% em 2019, quatro e um décimo abaixo do calculado em julho.