Economia

FMI pede a países do Golfo adaptação a preços do petróleo

O crescimento nos seis países-membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) vai cair para 1,8% este ano


	Petróleo: "Com a manutenção dos preços baixos do petróleo (este ano), vamos assistir a uma queda da receita (...) de mais de US$ 100 bilhões"
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Petróleo: "Com a manutenção dos preços baixos do petróleo (este ano), vamos assistir a uma queda da receita (...) de mais de US$ 100 bilhões" (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2016 às 17h42.

As economias dos países produtores de petróleo do Golfo devem diversificar suas fontes de receita e reduzir custos para se adaptarem aos baixos preços da commodity - afirmou o diretor do Fundo Monetário Internacional para o Oriente Médio, Masood Ahmed, em entrevista à AFP nesta segunda-feira.

O crescimento nos seis países-membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) - Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Catar - vai cair para 1,8% este ano, contra os 3,3% registrados em 2015, de acordo com o FMI.

"Com a manutenção dos preços baixos do petróleo (este ano), vamos assistir a uma queda da receita gerada pelas exportações de petróleo de mais de US$ 100 bilhões", declarou Ahmed à AFP.

Na apresentação em Dubai do relatório atualizado sobre as projeções econômicas regionais, o diretor advertiu que isso não terá apenas consequências financeiras, mas também econômicas.

Os preços do petróleo caíram 70% desde meados de 2014 para operar em um nível próximo dos US$ 40 por barril, disse o FMI, acrescentando que os mercados esperam uma alta leve dos preços, para uma cota de US$ 50 o barril até o final da década.

A economia saudita, a maior do mundo árabe, terá um crescimento de 1,2% este ano, contra 3,4% em 2015. Nos Emirados, a economia deve desacelerar até 2,4% em 2016, contra a expansão de 3,9% do ano passado.

"Devem adotar as medidas, com as quais se comprometeram para reduzir e ajustar seus gastos e encontrar (novas) receitas, como o IVA", comentou Ahmed.

Esse tipo de medida precisará de anos para ser aplicada, e as autoridades deverão "pô-las em marcha" de forma sustentável, dotando-se do marco constitucional necessário, comentou.

Além do equilíbrio de contas, ele defendeu que o setor privado continue se desenvolvendo para criar empregos.

"O grande desafio é dinamizar o setor privado", afirmou.

O funcionário do FMI reconheceu, porém, que a diversificação de uma economia petroleira "não é uma tarefa fácil".

"Vejo isso como um desafio permanente no futuro", declarou.

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