FMI: Previsão de crescimento de 3,5% na Argentina para 2024 (Juan Mabromata/AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 22 de outubro de 2024 às 15h47.
Última atualização em 22 de outubro de 2024 às 16h39.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve nesta terça-feira, 22, sua previsão de crescimento da Argentina para este ano em 3,5%. O FMI elogiou as políticas do presidente Javier Milei, mas destacou que ainda há muito trabalho a ser feito.
“Nossas projeções para a Argentina não mudaram desde julho. Nossa equipe está conversando com as autoridades do país em meio a negociações, mas os números permanecem os mesmos de julho”, afirmou Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI, em coletiva de imprensa.
As previsões do FMI indicam uma contração econômica de 3,5% em 2024 e uma recuperação de 5% em 2025. Para este ano, Gourinchas também prevê uma redução significativa na taxa de inflação anualizada, que deverá cair para 62,7%, em comparação aos atuais 229,8%.
Segundo dados oficiais recentes, a inflação em setembro foi de 3,47%, a mais baixa desde novembro de 2021, enquanto a taxa anualizada foi de 209%. “O que está acontecendo no lado da inflação é um progresso substancial. A inflação mensal na Argentina está próxima de 3,5%, abaixo dos 25% registrados em dezembro de 2023”, comentou Gourinchas.
A “esperança” é que as medidas em vigor “continuem a melhorar a situação nesse aspecto”, acrescentou o economista.
Petya Koeva Brooks, vice-diretora do departamento de pesquisa do FMI, destacou à Agência EFE que a Argentina mostrou “alguns desenvolvimentos positivos”, resultado de um ajuste fiscal rigoroso e uma âncora fiscal sólida. “A confiança aumentou, mas o trabalho ainda não está concluído e observamos uma contração na atividade devido ao ajuste fiscal”, afirmou.
Com a recuperação da confiança e a diluição do ajuste, “espera-se que a atividade se recupere”. Brooks ressaltou ainda a importância das políticas monetárias, cambiais e das reformas do lado da oferta para uma recuperação duradoura do crescimento na Argentina.
A publicação do relatório do FMI coincide com o primeiro ano de mandato de Milei, que iniciou um plano de ajuste severo depois de assumir a Presidência em dezembro de 2023. A Argentina é atualmente o país mais endividado com o FMI, devendo cerca de US$ 43 bilhões à organização.
O governo de Milei aguarda as revisões pendentes do programa em vigor para definir se negociará um novo acordo de assistência financeira com o Fundo.
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