O último atrito entre o FMI e as autoridades argentinas ocorreu em fevereiro, quando a entidade criticou o governo da presidente Cristina Kirchner (Alejandro Pagni/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2012 às 19h37.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta quarta-feira que fechará seu escritório de representação na Argentina no final de abril por 'razões orçamentárias', encerrando assim uma missão marcada por diversos atritos da entidade com as autoridades do país.
Em declarações à Agência Efe, um porta-voz do FMI disse que o escritório da Argentina é um dos mais custosos na América Latina. O fechamento resultará na transferência dos trabalhos técnicos e outras atividades a pessoal local terceirizado.
O FMI buscou enfatizar que a medida não é incomum e citou exemplos similares na Mongólia e no Líbano, onde os escritórios de representação do organismo foram fechados também para cortar gastos.
'As operações referentes à Argentina seguirão sem mudanças e mantemos nosso diálogo próximo com as autoridades', indicou o porta-voz do Fundo.
O último atrito entre o FMI e as autoridades argentinas ocorreu em fevereiro, quando a entidade criticou o governo da presidente Cristina Kirchner por não fornecer dados específicos e detalhados sobre variáveis econômicas como o Produto Interno Bruto (PIB) e o índice de inflação.
As estatísticas oficiais de inflação da Argentina estão em xeque desde o início de 2007, quando foram feitas mudanças metodológicas na medição do índice, o que despertou acusações de suposta tentativa de manipular os números para baixo por parte do governo.
Embora se negue taxativamente que suas contas públicas sejam revisadas pelo Fundo, o governo argentino elabora, com a assessoria de técnicos do organismo multilateral, um novo índice de inflação previsto para começar a valer neste ano.
Como membro do FMI, a Argentina é obrigada a apresentar informações verazes e completas ao organismo multilateral para a elaboração de relatórios do Fundo.