Economia

FMI deverá participar de terceiro pacote de resgate à Grécia

FMI vai contribuir com cerca de 16 bilhões de euros


	Logo do Fundo Monetário Internacional: FMI vai contribuir com cerca de 16 bilhões de euros
 (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Logo do Fundo Monetário Internacional: FMI vai contribuir com cerca de 16 bilhões de euros (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2015 às 11h26.

Berlim - O diretor executivo do Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês), Klaus Regling, disse hoje esperar que o Fundo Monetário Internacional (FMI) participe do terceiro pacote de resgate à Grécia, com uma contribuição de até 16 bilhões de euros (US$ 18,11 bilhões).

"Não estamos mais afastados", afirmou Regling, durante coletiva de imprensa.

Regling declarou estar otimista de que o FMI participará do pacote, que tem valor total de 86 bilhões de euros, depois de o Fundo ter aceito o modelo europeu para o cálculo de sustentabilidade da dívida grega, que leva em conta a necessidade bruta de financiamento de Atenas, em vez do nível geral de endividamento.

Embora o envolvimento do FMI no pacote ainda não esteja garantido, o Fundo avaliou que o nível da dívida da Grécia é insustentável e "exige um significativo alívio, bem além do que foi considerado até o momento", pelos governos da zona do euro.

Regling comentou também que é possível que haja conversas sobre um alívio para a dívida grega durante o outono europeu, embora eventuais "haircuts" (descontos) não estejam na agenda. Para Regling, os credores provavelmente vão discutir a possível extensão do vencimento da dívida e o adiamento de pagamento de juros sobre o montante, além da transferência para a Grécia de lucros oriundos de bônus do governo grego em posse dos bancos centrais.

Segundo Regling, novos cortes de juros nos empréstimos fornecidos pelo ESM e por seu antecessor, a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, pelas iniciais em inglês), não são possíveis, uma vez que as taxas já são muito baixas.

O pacote da Grécia com os credores tem duração de três anos e exige, como contrapartida, que Atenas implemente uma série de medidas de austeridade, incluindo cortes de gastos, aumentos de impostos e reformas econômicas abrangentes.

Regling disse ainda estar convencido de que a nova eleição da Grécia, que deverá acontecer em setembro, trará mais estabilidade e suporte ao programa de ajuda a Atenas e previu que a revisão do pacote, prevista para outubro, será possível, apesar do processo eleitoral.

Na semana passada, Alexis Tsipras renunciou como primeiro-ministro da Grécia e anunciou planos de realizar novas eleições no mês que vem. 

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