Economia

FMI destaca "insustentável" dívida e risco de inflação surpresa nos EUA

Fundo diz que efeito combinado de política tributária e despesas fará com que o déficit supere 4,5% do PIB em 2019, quase o dobro do que há apenas três anos

EUA: FMI manteve as previsões de crescimento para os EUA, mas alertou para crescimento da inflação (Tsokur/Thinkstock)

EUA: FMI manteve as previsões de crescimento para os EUA, mas alertou para crescimento da inflação (Tsokur/Thinkstock)

E

EFE

Publicado em 14 de junho de 2018 às 15h41.

Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu nesta quinta-feira sobre a "insustentável dinâmica em ascensão" da dívida pública dos Estados Unidos e de "um maior risco de inflação surpresa" devido ao enorme estímulo fiscal impulsionado pelo presidente Donald Trump.

"O efeito combinado das políticas de impostos e despesas do Governo Federal fará com que o déficit supere 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019. Isto é quase o dobro do que há apenas três anos", indicou o relatório de revisão anual da economia americana do FMI, conhecido como "artigo IV".

Neste sentido, ressaltou, "o aumento no déficit federal exacerbará uma já insustentável dinâmica em ascensão na relação entre dívida pública e PIB (...) que seguirá crescendo até superar 90% do PIB em 2024".

Além disso, a instituição liderada por Christine Lagarde acrescentou que o planejado estímulo fiscal, com agudos cortes de impostos para as empresa e em menor medida para os trabalhadores, "aumenta o risco de uma alta da inflação maior do que o esperado", o que "forçaria o Federal Reserv a realizar um ajuste monetário mais rápido dom que o previsto".

"Potencialmente, criando volatilidade e alterações nos mercados financeiros dos EUA (...) poderia precipitar um regresso dos fluxos de capital, particularmente em mercados emergentes", disse o FMI.

O Fundo manteve as previsões de crescimento de abril para os EUA, que são de 2,9% para este ano e 2,7% para o próximo, mas por sua vez elevou as de inflação para 2,8% e 2,4%, respectivamente.

Acompanhe tudo sobre:Dívida públicaEstados Unidos (EUA)FMIInflação

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo