Economia

FMI corta projeção, alerta para zona do euro, Brasil e Japão

Órgão reduziu sua projeção para o crescimento econômico global pela terceira vez no ano nesta terça-feira


	FMI: órgão reduziu sua projeção para a economia global a 3,3 por cento neste ano e 3,8 por cento no próximo
 (Bloomberg)

FMI: órgão reduziu sua projeção para a economia global a 3,3 por cento neste ano e 3,8 por cento no próximo (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 10h43.

Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua projeção para o crescimento econômico global pela terceira vez no ano nesta terça-feira, alertando para crescimento mais fraco nos principais países da zona do euro, no Japão e em grandes mercados emergentes como o Brasil.

Em seu relatório "Perspectiva Econômica Global", o FMI reduziu sua projeção para a economia global a 3,3 por cento neste ano e 3,8 por cento no próximo. Em julho, o FMI esperava crescimento econômico de 3,4 por cento em 2014 e 4 por cento em 2015.

O FMI cortou suas projeções de crescimento econômico para o ano corrente em nove das últimas 12 revisões nos três últimos anos, conforme tem consistentemente superestimado a rapidez com que países mais ricos conseguirão se livrar dos altos níveis de dívida e desemprego na esteira da crise financeira global de 2007-2009.

A instituição também reduziu suas expectativas para o crescimento potencial a longo prazo, o que seu economista-chefe, Olivier Blanchard, chamou de "a força do futuro" que já está afetando o crescimento.

"Você tem essas forças do passado, as forças do futuro esperado... e acho que isso explica a sequência de revisões que tivemos", disse Blanchard em entrevista.

O FMI novamente pediu que os países realizem uma série de reformas estruturais para sustentar a recuperação, ou correm o risco de entrar em estagnação.

Enquanto países mais ricos como Grã-Bretanha e Estados Unidos estão vendo expansão econômica mais forte, o FMI reduziu suas estimativas para as três maiores economias da zona do euro --Alemanha, França e Itália-- e informou ser essencial que os países mantenham o afrouxamento monetário e taxas de juros baixas.

O Fundo também reduziu as estimativas de crescimento para Brasil e Japão, entre outros. O FMI informou que o crescimento potencial em mercados emergentes está agora 1,5 ponto percentual menor do que calculava em 2011. "Existe um risco de que a recuperação na zona do euro pode estagnar, que a demanda pode enfraquecer mais, e que a inflação baixa possa se transformar em deflação", disse Blanchard.

"Se tal cenário se concretizar, será a principal questão para a economia mundial", completou.

O FMI vê agora uma chance de 30 por cento de a zona do euro cair em deflação ao longo do próximo ano, e probabilidade de quase 40 por cento de o bloco entrar em recessão.

O FMI também alertou que ativos nos mercados financeiros excessivamente valorizados podem se reverter de repente quando o Federal Reserve, banco central dos EUA, começar a elevar a taxa de juros no ano que vem, uma vez que o mercado pode estar subestimando riscos de políticas monetárias divergentes em economias avançadas.

"Ferramentas macroprudenciais são os instrumentos certos para mitigar esses riscos; entretanto, se eles estão à altura da tarefa é uma questão em aberto", disse Blanchard.

O FMI ainda alertou que tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia, além do Oriente Médio, estão cada vez mais apresentando riscos à economia global e podem provocar choques aos preços do petróleo e afetar o comércio e o mercado financeiro se os conflitos piorarem.

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