Nicolas Eyzaguirre: o FMI recomendou ''políticas de liquidez para facilitar a fluência do mercado do crédito em moeda nacional e dólares'' (Robert Giroux/FMI)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2012 às 19h24.
Bogotá - O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu nesta quarta-feira a América Latina de que as condições econômicas favoráveis não durarão para sempre e fez um chamado aos países do continente para que ''reconstruam defesas'' diante de um futuro incerto.
Durante a apresentação nesta quarta-feira em Bogotá do relatório ''Perspectivas econômicas: As Américas'', o diretor do FMI para o continente, Nicolás Eyzaguirre, precisou que apesar de que as ''condições externas favoráveis se manterão previsíveis no futuro'', as economias do continente devem perseguir a tendência de diminuir o endividamento.
No relatório, o FMI destaca que o principal perigo para as economias da América Latina é serem prejudicadas por turbulências derivadas da situação europeia como aconteceu no fim de 2011, com especial afetação para os países com maior integração financeira global, ou seja, Colômbia, Brasil, Peru, Chile e Uruguai.
Se ocorrerem essas turbulências, afetariam os fluxos comerciais e desvalorizariam as divisas, por isso que o FMI recomendou ''políticas de liquidez para facilitar a fluência do mercado do crédito em moeda nacional e dólares''.
O risco de serem afetadas pela crise europeia é menor para outras economias como as da Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela, por não estarem tão integradas aos mercados financeiros internacionais.
Apesar das prevenções, as perspectivas de crescimento do FMI para a América Latina são positivas, de 3,75% neste ano de 2012 e aceleração para 2013 de até 4,1%.
''Embora o crescimento seja mais moderado do que o percentual de 4,5% de 2011, é aproximadamente o que a economia latino-americana pode crescer sem desenvolver pressões inflacionárias; está crescendo ao ritmo que deve crescer'', apontou Eyzaguirre.
Comparado com o contexto internacional europeu e americano, o diretor do FMI assinalou que é ''motivo de natural orgulho'' para os cidadãos da América Latina e seus Governos que estas economias ''estejam se desenvolvendo de forma tão normal e tão dinâmica''.