FMI: o Brasil fechará 2015 com uma contração de 3% (Kim Kyung-Hoon/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 06h40.
Washington - O Brasil precisa de "coerência" política para sair do "círculo vicioso" no qual sua economia entrou, ficando refém de "incerteza" e falta de confiança, disse nesta quarta-feira Alejandro Werner, diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"No Brasil, a crise política e os escândalos de corrupção geraram um 'impasse' no qual não puderam ser processados os temas importantes de política econômica, e fez com que se atrasassem as expectativas de recuperação", afirmou Werner em entrevista exclusiva à Agência Efe na sede da instituição financeira internacional, em Washington.
De acordo com as previsões do FMI divulgados em sua assembleia anual, em outubro, o Brasil fechará 2015 com uma contração de 3%. Em 2016, a queda será de 1%.
Para Werner, o pacote de medidas lançado pelo governo brasileiro na primeira metade do ano "tinha o potencial de gerar correções e o retorno da confiança".
"No entanto, fatores extraeconômicos, políticos, e o escândalo de corrupção (na Petrobras) intensificaram a crise de maneira muito grande", disse.
"Ao conter o plano econômico, elevou-se a incerteza e foi criado um círculo vicioso para uma economia mais frágil", alimentado por "mais incertezas políticas" que deixam a maior economia latino-americana em "uma situação muito complexa".
Nesta semana, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, destacou em uma visita a Washington - na qual se reuniu com Werner e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew - que apesar das dificuldades, a economia brasileira conta "com recursos e capacidade de resistência".