Christine Lagarde: a diretora anunciou que o FMI publicará um relatório sobre o impacto da corrupção no crescimento econômico (Bloomberg/Getty Images)
EFE
Publicado em 22 de junho de 2017 às 08h31.
Última atualização em 22 de junho de 2017 às 08h31.
Valência - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, classificou em Valência, na Espanha, que a corrupção, evasão fiscal, financiamento do terrorismo e a exclusão financeira são suas grandes desafios na economia global.
Em um discurso inaugural diante do plenário do Grupo de Ação Financeira contra lavagem de dinheiro que acontece nesta quinta e sexta-feira, em Valência, e antecipado à Agência Efe, Christine pediu para "intensificar a luta contra a corrupção e evasão fiscal".
Na sua opinião, o efeito dominó que provoca a falta de pagamento de impostos é um fator importante para um "descontentamento popular e instabilidade econômica".
A evasão fiscal, lembrou, faz com que "aumente a dívida pública e diminua o investimento em educação, saúde e outros serviços públicos. Significa mais desigualdade, já que os mais vulneráveis são os mais afetados pela forte queda das despesas sociais".
Christine Lagarde anunciou que o FMI publicará um relatório sobre o impacto da corrupção no crescimento econômico e elogiou o trabalho do Grupo de Ação Financeira, presidido pelo espanhol Juan Manuel Vega-Serrano, a favor da transparência.
Neste sentido, lembrou Lagarde, revelações como "Panama Papers", sobre o complexo sistema de sociedades opacas para ocultar capitais, demonstram a importância de apoiar este trabalho.
A diretora do FMI também fez apelou para "afogar os fluxos financeiros" que alimentam o terrorismo no mundo todo, algo pelo que pediu um maior trabalho de capacitação e o entendimento de novas tecnologias financeiras, como as moedas virtuais.
Neste sentido, lembrou o chamado "fintech" (nova tecnologia financeira) é uma "faca de dois gumes", que pode ser utilizada por redes terroristas, mas também pode ajudar na linha de defesa contra elas.
Outro ponto destacado por Christine Lagarde foi a necessidade de evitar a exclusão de pessoas em países em desenvolvimento do sistema bancário, pedindo melhores estruturas reguladoras.