Autoridades europeias procuraram dissipar o pessimismo, com o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, falando sobre atraso, não fim, da recuperação da região (Ralph Orlowski/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2014 às 17h21.
Washington - Os países membros do Fundo Monetário Internacional disseram neste sábado ser necessária uma ação vigorosa para impulsionar a recuperação econômica global, e pediram que os governos tomem cuidado para não apertar em demasiado seus orçamentos para não sufocar o crescimento. Com a economia do Japão se debatendo, a zona do euro em risco de recessão e a recuperação dos Estados Unidos fraca demais para gerar um aumento dos rendimentos, comitê de direção do FMI disse que é prioridade o foco no crescimento.
"Um certo número de países enfrenta a perspectiva de baixo crescimento ou desaceleração, e o desemprego continua inaceitavelmente alto", disse o Comitê Internacional Monetário e Financeiro, em nome de 188 países membros do Fundo. O Fundo nesta semana reduziu sua previsão de crescimento global de 2014 para 3,3 por cento, de 3,4 por cento, na terceira redução neste ano, apesar da injeção pesada de recursos pelos bancos centrais do mundo. O FMI tem apontado a fraqueza da Europa como a principal fonte de preocupação, um sentimento ecoado por muitos políticos, economistas e investidores reunidos em Washington para a reunião semestral do Fundo, que se estende até domingo.
Autoridades europeias procuraram dissipar o pessimismo, com o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, neste sábado, falando sobre atraso, não fim, da recuperação da região.
O comitê do FMI pediu aos países que realizem reformas politicamente difíceis nas leis trabalhistas e de seguridade social, para liberar recursos governamentais para o investimento em infraestrutura e assim criar empregos e aumentar o crescimento.
E exortou os bancos centrais a terem cuidado ao comunicarem mudanças de política, a fim de evitar choques nos mercados financeiros. Apesar de não nomear nenhum dos bancos centrais, o aviso parecia destinado ao Federal Reserve, banco central dos EUA, que vai encerrar a sua política de compra de títulos neste mês e parece pronto para começar a elevar as taxas de juros em meados do próximo ano.
O Fed tem debatido a alteração do seu compromisso com manutenção das taxas perto de zero por um "tempo considerável" em suas reuniões recentes, mas está agindo de forma cautelosa para evitar turbulências nos mercados financeiros.