Lagarde: "Sobretudo, devemos evitar coletivamente ferimentos autoinfligidos", disse a diretora-gerente do FMI (./Reuters)
EFE
Publicado em 14 de março de 2017 às 16h51.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta terça-feira o G20 que o atual auge no protecionismo pode alterar o comércio global, provocando prejuízos ao crescimento econômico, sem ajudar os afetados pelas transformações tecnológicas.
"Sobretudo, devemos evitar coletivamente ferimentos autoinfligidos", disse a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, em comunicado que acompanha a habitual nota do órgão prévia à reunião dos ministros de Economia do G20, que acontecerá no próximo final de semana em Baden-Baden, na Alemanha.
Lagarde afirmou que é preciso deixar de lado "políticas que solapariam gravemente o comércio, a migração, os fluxos de capital e repartição de tecnologias através das fronteiras".
Na "nota de vigilância", como o documento é conhecido oficialmente, o FMI voltou a convergir sua tradicional defesa da integração global com o reconhecimento dos desequilíbrios gerados por esse processo.
O órgão ressaltou a "crescente preocupação sobre os efeitos adversos - e frequentemente descuidados - da integração econômica global e a mudança tecnológica no uso e na distribuição de receitas nas economias avançadas".
"As pressões políticas para reverter essa tendência poderia levar a políticas introvertidas que alteram o comércio global, danificando o crescimento sem ajudar materialmente aqueles afetados pelas transformações econômicas estruturais".
A chegada ao poder do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com uma agenda marcada pelo nacionalismo econômico, assim como a vitória do "Brexit", como é conhecida a saída do Reino Unido da União Europeia, alimentaram movimentos similares em outros países e estenderam o temor de um retorno ao isolacionismo.
Por outro lado, o FMI ressaltou a melhoria nas perspectivas econômicas globais e prevê agora um crescimento de 3,4% neste ano e de 3,6% em 2018, após os 3,1% registrados em 2016.
A revisão para cima foi motivada pelo fortalecimento da atividade nos EUA e na zona do euro.