Economia

FMI adverte Grécia para perseverar com ajuste

No domingo, o FMI aprovou uma linha de crédito de 30 bilhões de euros para o país

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

São Paulo - Os riscos ao programa de suporte financeiro para a Grécia são elevados e o país deve preparar-se para perseverar e cumprir a reforma econômica a fim de garantir financiamento contínuo, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) em nota divulgada ontem à noite. No domingo, o FMI aprovou uma linha de crédito de 30 bilhões de euros para a Grécia como parte de um pacote conjunto com a União Europeia de empréstimos ao país no total de 110 bilhões de euros para serem concedidos durante três anos. A ajuda financeira está condicionada a uma série de medidas de ajuste nas contas do país.

O FMI disse que, embora a dívida pública da Grécia deva crescer para 150% do Produto Interno Bruto (PIB), do nível de 115% do PIB em 2009, antes de cair em 2014, o aumento é sustentável no médio prazo. Mas advertiu que "significantes incertezas tornam difícil afirmar categoricamente que este seja o caso, com uma alta probabilidade".

A Eurostat deve revisar em alta sua estimativa de dívida em relação ao PIB em cinco ou sete pontos porcentuais, disse o FMI. Além disso, o fundo afirmou que a dinâmica da dívida grega pode "piorar significativamente em um ambiente de fraco crescimento econômico, baixa inflação ou taxas de juro elevadas, especialmente após o período do programa, quando as necessidades brutas de financiamento aumentam significativamente". Diante de tais incertezas, o FMI afirmou que o elevado risco de um contágio sistêmico internacional para outros países justificou o programa de empréstimo.

"Os ajustes necessários são sem precedente e levarão tempo, portanto, é provável que a fatiga se instale", diz o fundo em relatório sobre o empréstimo. "Qualquer choque não previsto pode prejudicar a economia e o sistema financeiro mesmo com o programa de ajuste fiscal em andamento". "A Grécia precisa perseverar para garantir apoio contínuo internacional", diz o FMI.

Por meio de medidas que envolvem corte de gastos com previdência venda de ativos públicos, aumento de impostos e disciplina com as receitas, a Grécia pretende cortar o déficit de seu orçamento do recorde de 13,6% do PIB em 2009 para 8,1% este ano e para abaixo do teto da União Europeia de 3% até o final de 2014. As informações são da Dow Jones.
 

Acompanhe tudo sobre:Crise gregaCrises em empresasEuropaFMIGréciaPiigs

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto