Guido Mantega: segundo ministro, real se desvaloriza mais em relação às moedas de outros países porque país tem um mercado mais líquido, internacionalizado e aberto (Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2013 às 18h35.
São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (26) que a flutuação da cotação do dólar deverá continuar a reboque, principalmente, das decisões do Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano.
“Depende do Fed. Cabe a ele fazer os movimentos que vão acalmar o mercado, desde que foi ele que causou a turbulência. Acredito que, quando começarem a retirar de fato os estímulos, e eles estiverem quantificados, aí o mercado se acalma”, disse Mantega após encontro com líderes empresariais.
O ministro se referiu a intenção do Fed de reduzir estímulos monetários na economia. O Fed poderá aumentar os juros e diminuir a injeção de dólares na economia global, caso o emprego e a produção nos Estados Unidos mantenham o ritmo de crescimento, e afastem os sinais da crise econômica iniciada há cinco anos.
Se a ajuda diminuir, o volume de dólares em circulação cai, aumentando o preço da moeda em todo o mundo. De acordo com pesquisa do Banco Central brasileiro com instituições financeiras, o dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 2,32.
Mantega ressaltou que o Brasil está preparado para enfrentar a instabilidade da moeda americana na atual conjuntura internacional, que o ministro chamou de minicrise.
“O Brasil, diante desta minicrise, está em uma situação relativamente segura porque nós temos mais reservas; porque não está faltando dólar, e o câmbio está caindo talvez por uma virtude nossa”, disse.
Segundo o ministro, o real se desvaloriza mais em relação às moedas de outros países porque o Brasil tem um mercado mais líquido, mais internacionalizado, e mais aberto.
Na avaliação do ministro, a economia internacional passa por um momento de melhora. “Eu não sei se vai sustentar, mas se sustentar vai ser muito bom. Os Estados Unidos estão se recuperando, a China parou de desacelerar e voltou a acelerar, está se recuperando, e a terceira locomotiva, a União Europeia, deu sinal de que saiu da recessão”, disse. “A economia mundial está saindo do buraco e vai começar a irradiar crescimento para os emergentes”, acrescentou.