Fitch: agência destacou que a deterioração dos termos do comércio pesou sobre o desempenho dos déficits em conta corrente (Miguel Medina/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2015 às 12h02.
São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch reduziu a previsão de crescimento da América Latina neste ano para 0,5%, de +1,6% previsto em dezembro do ano passado. Para o Brasil, a Fitch projeta contração de 1,0%, enquanto para Venezuela e Argentina a projeção é de taxas de crescimento negativas.
"O crescimento mais lento, os preços das commodities mais baixos e as contínuas pressões sobre os gastos podem levar a déficits fiscais em 2015", diz a agência no relatório.
Segundo a Fitch, embora os importadores de commodities da América Central e do Caribe possam se beneficiar dos preços mais baixos por meio da inflação menor, das necessidades de financiamento externo menores e de alguma poupança fiscal, os exportadores da região enfrentarão um enfraquecimento da confiança, dos preços dos ativos, dos déficits fiscais e das dinâmicas externas.
A Fitch destacou que a deterioração dos termos do comércio pesou sobre o desempenho dos déficits em conta corrente nos países exportadores de commodities e pode resultar em fluxos de investimento estrangeiro direto mais baixos adiante.
"No entanto, colchões externos mais fortes e depreciações na taxa de câmbio em vários países podem aliviar a transição para o novo ambiente global", observou a agência.
Por outro lado, o aumento da dívida externa do setor privado expõe a região a movimentos cambiais adversos e a custos mais altos de financiamento, de acordo com a Fitch. Além disso, acrescentou, o momento e o ritmo do aperto monetário nos EUA podem ampliar a volatilidade e reduzir os fluxos de capital para a região.
Até agora neste ano a tendência dos ratings soberanos da região classificados pela Fitch tem sido equilibrada, com duas ações positivas (Paraguai foi elevado e a perspectiva da Jamaica passou para positiva) e duas ações negativas (as perspectivas de Brasil e Costa Rica foram revisadas para negativas).
"Olhando adiante, a trajetória para os ratings soberanos dependerá do ponto inicial dos fundamentos de crédito e das respostas políticas para confrontar o novo ambiente", comentou a Fitch.