Fitch: agência de classificação de risco rebaixou a perspectiva da nota dos Estados Unidos para negativa (Brendan McDermid/Reuters)
AFP
Publicado em 31 de julho de 2020 às 19h50.
Última atualização em 31 de julho de 2020 às 20h02.
A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta sexta-feira, 31, a perspectiva da nota dos Estados Unidos para negativa, alertando para um risco alto de que a dívida e o déficit aumentem devido à crise do novo coronavírus.
"A perspectiva foi revista para negativa para refletir a atual deterioração das finanças públicas americanas e a ausência de um plano confiável de consolidação fiscal", informou a agência em um comunicado.
Os Estados Unidos mantiveram, no entanto, o triplo A, melhor classificação do ranking, com base em suas fortalezas estruturais, que incluem o tamanho de sua economia, a alta renda per capita e o dinâmico ambiente de negócios.
A economia americana é prejudicada duramente pela pandemia, que fez com que derretessem os empregos e o PIB, que no segundo trimestre registrou uma contração inédita de mais de 32%.
Com estes dados, o país entrou oficialmente em recessão, ao encadear dois trimestres consecutivos com quedas do PIB.
Para recuperar a economia e manter o consumo — motor do crescimento nos Estados Unidos —, o Congresso aprovou vários planos de estímulo para pessoas físicas e jurídicas que passaram de 2,2 trilhões de dólares.
Atualmente, o Congresso está negociando a liberação de mais ajuda em um momento em que expira um subsídio importante de 600 dólares semanais, pago aos desempregados, e enquanto o vírus avança sem controle.
"O alto déficit fiscal e a dívida já estavam crescendo no médio prazo antes do duro golpe econômico, precipitado pelo coronavírus", informou a agência classificadora.
A Fitch informou que há um "risco crescente" de que as autoridades políticas não consigam consolidar as finanças públicas o suficiente para "estabilizar a dívida" depois que passar o impacto da pandemia.