Venezuela: "A liquidez externa da Venezuela já estava fraca antes das sanções", diz a Fitch (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de agosto de 2017 às 17h29.
São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch rebaixou hoje o rating soberano da Venezuela de CCC para CC, na sequência de sanções aplicadas recentemente pelo governo dos Estados Unidos, que se opõe ao regime de Nicolás Maduro.
A decisão reflete a visão da agência de que "um default é provável, dadas as novas reduções das opções de financiamento para o governo venezuelano".
As sanções de Washington proíbem qualquer cidadão ou entidade americanos de realizar vários tipos de transações com o governo do país vizinho ou com a petroleira estatal Petróleos de Venezuela SA (PdVSA).
As restrições incluem negociações de nova divida emitida pelo governo ou pela PdVSA e impede o pagamento de dividendos para o regime Maduro.
"A liquidez externa da Venezuela já estava fraca antes das sanções, com o nível de liquidez a apenas 33% (as reservas internacionais do banco central mais os ativos estrangeiros líquidos do sistema bancário relacionados à dívida externa com um vencimento residual de menos de um ano). As reservas internacionais brutas recuaram ainda mais em 2017, em quase US$ 1,2 bilhão no ano encerrado em agosto, para US$ 9,8 bilhões", diz a Fitch.
A Fitch pondera que "a Venezuela tem liquidez cambial adicional em fundos geridos pelo governo, mas esses devem recuar e permanecem opacos em sua administração e execução".
"As sanções dos EUA vão exacerbar a já fraca liquidez externa do país".