Fitch: a agência projeta que os rebaixamentos vão ultrapassar as elevações de ratings em uma escala de 10 para 1 no Brasil, e no Peru a relação deve ser de 5 para 1 (Thinkstock/shironosov)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2015 às 11h22.
- A agência de classificação de risco Fitch publicou um relatório sobre as perspectivas para as corporações latino-americanas em 2016, e destaca a situação do Brasil e do Peru, que, de acordo com a agência, "permanece extremamente negativa para as empresas".
No relatório - que também aborda o panorama para o Chile, Colômbia e México, bem como 20 indústrias da região - Joe Bormann, um diretor da Fitch, alerta que as "corporações na América Latina permanecerão sob intensa pressão em 2016", e afirma que a agência "projeta que os rebaixamentos vão ultrapassar as elevações de ratings em uma escala de 10 para 1 no Brasil, enquanto no Peru a relação deve ser de 5 para 1".
"A combinação do declínio da demanda, aumento do desemprego, alta persistente da inflação e taxas de juros, preços das commodities depreciados, volatilidade cambial e mercados de crédito apertados criaram um cenário de pesadelo para as corporações brasileiras", disse a Fitch, acrescentando que "a turbulência política permanece como um obstáculo negativo que vai pesar sobre a melhora das perspectivas de consumo e negócios".
Para o Peru, a Fitch estima que a combalida economia, baixos preços do metal e as eleições presidenciais tornarão 2016 mais desafiador para as empresas.
"A desvalorização da moeda local levou ao aumento da dívida das famílias e ao enfraquecimento do poder de compra dos consumidores". A Fitch estima atualmente que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça 3,8% em 2016.
O documento da agência ainda afirma que o as empresas latino-americanas têm respondido às adversidades cortando as despesas de capital e dividendos.
O fluxo de caixa livre médio melhorou em todas as categorias de rating durante os seis primeiros meses e agora está positivo para as categorias "BB", "BBB" e "A" de ratings.
"As melhoras mais notáveis foram no Brasil e no Peru. Na Colômbia, os níveis de despesa de capital continuam relativamente elevados por causa das condições econômicas favoráveis, e o fluxo de caixa livre para as corporações permanece altamente negativo", avaliou a Fitch.