Economia

Fitch irá reavaliar tendência fiscal do país após nova meta

Perspectiva negativa sinaliza que o rating pode ser reduzido dentro dos próximos 12 a 18 meses


	Sede da Fitch Ratings em Nova York, Estados Unidos: uma perspectiva negativa sinaliza que o rating pode ser reduzido dentro dos próximos 12 a 18 meses
 (Brendan McDermid/Reuters)

Sede da Fitch Ratings em Nova York, Estados Unidos: uma perspectiva negativa sinaliza que o rating pode ser reduzido dentro dos próximos 12 a 18 meses (Brendan McDermid/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2015 às 13h22.

São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch Ratings informou nesta quinta-feira que irá reavaliar as tendências fiscais do Brasil, ponto importante para sua decisão sobre se rebaixará o rating de crédito do país, após o governo cortar as metas de superávit primário.

As novas metas de superávit fiscal do país são menores do que a Fitch havia estimado em abril, quando a agência decidiu colocar perspectiva negativa na nota de crédito BBB do Brasil, disse a analista da Fitch Shelly Shetty, em comunicado.

Uma perspectiva negativa sinaliza que o rating pode ser reduzido dentro dos próximos 12 a 18 meses.

Na véspera, o governo reduziu a meta de superávit primário deste ano para 8,747 bilhões de reais, ou 0,15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), contra 66,3 bilhões de reais, ou 1,1 por cento do PIB, previstos até então.

Além disso, abriu a possibilidade de abater até 26,4 bilhões de reais que, no limite, pode até gerar novo déficit.

As metas para 2016 e 2017, por sua vez, caíram para o equivalente a 0,7 e 1,3 por cento do PIB, respectivamente. O objetivo anterior para cada um desses anos era de 2 por cento do PIB, percentual que agora só deverá ser alcançado em 2018.

"A recente revisão da meta de superávit primário... para 2015 destaca as dificuldades da consolidação fiscal em meio a uma recessão", disse Shelly, acrescentando que o desempenho fiscal do Brasil "continua a ser afetado pelo cenário econômico desafiador".

Tanto a Fitch quanto a Moody's avaliam o país apenas dois graus acima de território junk. A Standard & Poor's tem rating BBB- para o país, sua nota mais baixa ainda em grau de investimento.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingAmérica LatinaDados de BrasilEmpresasFitchMercado financeiroRating

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo