Fitch Ratings: em relatório, a Fitch destacou que a elevação do rating foi guiada pela "retomada dos pagamentos de dívida" (Brendan McDermid/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2016 às 12h48.
São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch elevou o rating de longo prazo em moeda estrangeira da Argentina de RD (restricted default) para B, com perspectiva estável.
O rating de curto prazo em moeda local também foi elevado de RD para B. Os ratings dos bônus em moeda estrangeira seniores não segurados do país foram reafirmados em B e o rating de longo prazo em moeda local foi mantido em B, com perspectiva estável.
Em relatório, a Fitch destacou que a elevação do rating foi guiada pela "retomada dos pagamentos de dívida para detentores de bônus reestruturados, encerrando o default de julho de 2014".
"Além disso, os ratings da Argentina refletem a melhora da consistência e da sustentabilidade da estrutura política do país, a reduzida vulnerabilidade externa e a diminuição das restrições de financiamento externo e fiscal", acrescentou a agência.
A Fitch observou, no entanto, que a perspectiva estável "equilibra essas melhoras com a relativamente fraca liquidez externa, o desempenho macroeconômico abaixo da média em comparação com seus pares e a deterioração das finanças públicas nos últimos anos".
A agência ainda mencionou a força do PIB per capita e dos indicadores sociais, por um lado, e o fraco histórico de pagamento de dívidas, por outro.
Após uma ausência de mais de uma década e meia, a Argentina conseguiu acessar diretamente os mercados de capitais internacionais em uma emissão que captou um total de US$ 16,5 bilhões para pagar acordos com credores holdouts e atender parte de suas necessidades financeiras deste ano, lembrou a Fitch.
Isso "aumentou as fontes de financiamento do governo e removeu uma importante restrição para o valor do crédito da Argentina durante a última década".
A agência destacou ainda que a coalizão de governo de Mauricio Macri conseguiu angariar apoio político suficiente para aprovar a legislação necessária para finalizar o acordo com os credores holdouts.
No entanto, observa, "a desaceleração da economia, o aumento do desemprego e a inflação alta representam desafios para o governo manter o apoio político e a cooperação da oposição e concluir com sucesso o processo de reequilibrar a economia argentina e defender a estabilidade macroeconômica".