Caminhoneiros: argumento da entidade é que o movimento dos motoristas gerou "descasamento entre o faturamento e o calendário das obrigações das empresas" (Ricardo Moraes/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de junho de 2018 às 20h51.
Brasília - A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) pediu ao presidente Michel Temer 15 dias extras para pagar impostos federais e a contribuição patronal à Previdência Social.
O pedido de atraso consentido no pagamento foi feito pelo presidente da entidade, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, em reunião no Palácio do Planalto com o argumento de que a paralisação dos caminhoneiros prejudicou todas as empresas.
O representante das indústrias fluminenses também criticou a adoção de uma tabela de fretes e sugeriu modelo como o usado nos Estados Unidos, que permite aos transportadores repassar o custo.
Ao presidente Temer, o Vieira disse que é essencial ter 15 dias a mais para pagar o IPI, PIS/Cofins e a parcela patronal da contribuição previdenciária "em função dos impactos provocados pela paralisação dos caminhoneiros". O argumento da entidade é que o movimento dos motoristas gerou "descasamento entre o faturamento e o calendário das obrigações das empresas" de todos os setores.
A Firjan também reclamou da adoção da tabela de fretes. A entidade defendeu que "a manutenção da livre tomada de preço no frete é fundamental para que o setor produtivo não seja ainda mais prejudicado".
Aos jornalistas, Vieira disse que o Brasil poderia adotar o modelo usado nos Estados Unidos, onde regras permitem que o transportador possa repassar o aumento de custos, como do combustível, durante a vigência do contrato.
Na lista de pedidos dos industriais fluminenses, também estão a reversão de medidas adotadas pela equipe econômica para permitir o subsídio aos caminhoneiros: a entidade pede a manutenção do Reintegra - programa de incentivo à exportação - e também do Regime Especial da Indústria Química (Reiq). Os dois programas foram reduzidos drasticamente e caminham para o fim.