Economia

Viagens e reajuste de energia puxam alta do IPC, diz Fipe

Previsão da entidade para o índice fechado de julho continua em 0,18%


	Passageiros assistem um avião pousando no aeroporto de Cumbica, em Garulhos
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Passageiros assistem um avião pousando no aeroporto de Cumbica, em Garulhos (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2014 às 13h16.

São Paulo - A alta dos preços de viagens nacionais e o reajuste médio de 18,06% do preço da energia foram os principais responsáveis pela alta de 0,11% na terceira quadrissemana de julho do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na capital paulista.

O número divulgado nesta sexta-feira, 25, pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) representou uma alta de 0,07 ponto porcentual em relação à segunda leitura do mês, quando o índice avançou 0,04%.

A previsão da entidade para o índice fechado de julho continua em 0,18%, embora as projeções para as taxas dos sete grupos analisados tenham sofrido alteração.

O gerente técnico de pesquisa do IPC, Moacir Mokem Yabiku, afirma que o resultado da terceira quadrissemana de julho ficou próximo da previsão da Fipe, que era de aceleração para 0,12%.

De acordo com Mokem, as principais "surpresas" foram para os grupos de Alimentação, que teve deflação de -0,69% ante previsão de -0,43%, e de Despesas Pessoais, que registrou aumento de 0,98% ante 0,73% previsto.

No primeiro grupo, o gerente técnico destaca que os itens de maiores diferenças entre o que era esperado e o resultado divulgado foram as carnes bovinas, legumes, tubérculos e verduras.

Em todos eles, houve deflação maior do que a Fipe estava projetando.

Já em Despesas Pessoais, Mokem ressalta que as surpresas foram para os itens bebidas não alcoólicas e alcoólicas e livros não didáticos, que apresentaram aceleração ante previsão de deflação.

Ainda nesse grupo, ele lembra que o subitem viagens nacionais foi o que mais contribuiu para a aceleração do IPC geral, ao passar de 1,22% para 4,24% na terceira quadrissemana de julho, na comparação com a leitura anterior.

"Na Copa, as viagens nacionais não subiram como o esperado", diz o gerente. Segundo ele, esse grupo contribuiu com 0,04 ponto porcentual para o resultado geral.

O gerente técnico destaca ainda que passagens aéreas e rodoviárias, pertencentes ao subgrupo Recreação, também apresentaram aumento maior do que o esperado.

No grupo Habitação, cujos preços ganharam força para 0,33%, ante 0,22%, o subitem energia elétrica foi o segundo de maior importância para aceleração do IPC geral, ao passar de 0,27% para 0,90%, resultado do reajuste da energia elétrica pela Eletropaulo, contribuindo com 0,03 ponto porcentual.

Mokem destaca que, no grupo de Habitação, os serviços de água e esgoto foram o terceiro item que mais influenciou o resultado do IPC, ao apresentar variação negativa de 2,64%.

Pesaram ainda no grupo os itens condomínio, artigos de limpeza e equipamentos de domicílio (eletrônicos, informática, mobiliário), que tiveram altas na terceira quadrissemana do mês em relação à leitura anterior.

No grupo Saúde, que avançou para 0,60% de 0,43%, o gerente técnico de pesquisas do IPC destaca o item Contrato de Assistência Médica como o terceiro que mais contribuiu para o resultado geral (com 0,03 ponto porcentual), embora tenha sofrido pequena aceleração de 0,87% ante 0,86% na leitura anterior.

Já no grupo Educação, ele ressalta os itens Ensino Superior e Pós-graduação como os principais responsáveis pela aceleração de 0,16% do grupo ante 0,05%.

Mokem afirma que as deflações dos grupos Alimentação e Vestuário devem continuar na próxima quadrissemana, uma vez que a oferta de alimentos não sofreu nenhuma alteração e em razão das promoções de roupas que acontecem no mês de julho.

Apesar de a Fipe manter a projeção de 0,18% para o fechamento do IPC em julho, Moacir Mokem pondera que houve alteração nos valores da inflação entre os sete grupos analisados.

O instituto prevê que o grupo Habitação deve fechar o mês em 0,44% ante previsão anterior de 0,38%; Alimentação, em -0,50% ante -0,29%; e Transporte em 0,08% ante 0,11%.

Já o grupo de Despesas Pessoais deve fechar julho em 0,98% ante previsão de 0,62%, enquanto Saúde, em 064% ante 0,59%. A projeção para Vestuário foi alterada de -0,26% para -0,47% e Educação, de 0,04 para 0,17%.

Acompanhe tudo sobre:EstatísticasFipeIndicadores econômicosInflaçãoIPCPreços

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto