Economia

Finlândia pode ser 1º país a proibir geração de energia a carvão

Segundo o governo finlandês, banir o carvão é a única maneira de atingir as metas internacionais para o clima

Usina de geração de energia em Helsinque, na Finlândia. (Eugene Sergeev/Thinkstock)

Usina de geração de energia em Helsinque, na Finlândia. (Eugene Sergeev/Thinkstock)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 4 de dezembro de 2016 às 08h25.

Última atualização em 10 de janeiro de 2017 às 12h08.

São Paulo - Os dias de geração de energia a partir do carvão estão cada vez mais próximos do fim. Pelo menos em países desenvolvidos, como Reino Unido, Canadá, França e Dinamarca, que têm trabalhado para eliminar progressivamente o uso dessa fonte de origem fóssil e poluente.

Mas um país pretende ir mais longe — a Finlândia propôs recentemente tornar ilegal, antes de 2030, o uso de carvão para geração de energia. A proposta faz parte da nova política de clima e energia do país.

Segundo o governo finlandês, banir o carvão e optar por fontes de energia mais limpas é a única maneira de atingir as metas internacionais sobre o clima. Para passar a valer, porém, a proibição total ainda precisa ser aprovada pelo parlamento finlandês.

Atualmente, a queima de carvão supre cerca de 8% da demanda energética daquele país, que importa energia a partir dessa fonte principalmente da Rússia. Seu uso é mais intenso durante o inverno, quando os níveis de consumo de energia disparam.

"Não somos especialmente dependentes do carvão", disse Markku Ollikainen, professor de economia ambiental e de recursos na Universidade de Helsinque, em entrevista ao site FastCoExist.

Na transição energética da Finlândia, o carvão seria substituído por duas fontes primárias: energia nuclear adicional e bioenergia à base de madeira proveniente de florestas de reflorestamento, que é usada especialmente para aquecimento. A expansão da energia eólica é outra opção à vista.

É verdade que o uso de bioenergia da madeira também gera emissões, ainda que inferiores à queima de carvão, e que a nuclear pode não ser das fontes de energia mais desejáveis. De fato, muito ainda pode ser melhorado na matriz energética da Finlândia, com introdução de fontes menos poluentes e de mais energias renováveis.

Mas se o carvão for realmente banido por lá, a investida poderia servir de exemplo para inspirar outros países a fazerem o mesmo. O momento está cada vez mais propício, as energias renováveis estão crescendo e se tornando mais competitivas, a demanda de eletricidade está caindo devido aos ganhos de eficiência, e as antigas usinas de carvão estão chegando ao fim de suas vidas úteis.

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