Imóveis na região do Jardins: na avaliação do presidente da Abecip, o crescimento menor do crédito deve ser visto como algo positivo para o mercado (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2012 às 18h05.
São Paulo – Os financiamentos imobiliários com recurso da poupança aumentaram 18% em junho na comparação com o mês anterior, passando de R$ 6,3 bilhões para R$ 7,4 bilhões. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando esses valores chegaram a R$ 7,78 bilhões, houve queda de 5%.
No semestre, os valores financiados foram 0,1% maiores. Os dados foram divulgados hoje (26) pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
De acordo com os dados, em junho, foram financiados 41,8 mil imóveis, 20% a mais do que em maio, 34,8 mil. Na comparação com junho de 2011, quando foram financiadas 46,5 mil unidades, houve queda de 10%. No acumulado de doze meses, houve elevação de 0,1%, com 470,8 mil unidades financiadas, ante 470,2 mil no período anterior. No primeiro semestre, foram 214,3 mil unidades, 9% menos que nos seis primeiros meses do ano passado.
Segundo o presidente da Abecip, Octávio de Lazari Júnior, a taxa de desemprego, que continua caindo, é um indicador importante para o mercado, que depende da certeza quanto ao futuro das pessoas e da manutenção do emprego. “O rendimento real é um segundo indicador importante. Algumas categorias deverão ter ganho de salário, o que implica mais dinheiro e condições para dar segurança e para qualidade do crédito imobiliário”.
Lazari Júnior explicou que a queda nos financiamentos ocorreram porque as empresas diminuíram seus lançamentos com a finalidade de revisar sua grade de custos, ajustar controles internos e rever os produtos a serem lançados de acordo com a demanda do mercado.
Para o presidente da Abecip, os preços dos imóveis chegaram a um momento de estabilidade, o que pode ser constatado pela redução do número de lançamentos. Ele observou que, nos últimos dois meses, o mercado está demonstrando alguma tendência de manutenção dos preços e não aumento expressivo. “O que não vai acontecer é a queda porque os preços estavam represados, pois não havia financiamento e não há mercado que se sustente sem o crédito”.
Na avaliação dele, o crescimento menor do crédito deve ser visto como algo positivo para o mercado. “Não tem carteira de crédito no mundo que se sustente crescendo 40% ao ano durante muitos anos. Isso não se sustenta. Uma hora vai bater no problema e temos exemplos claros disso, como nos Estados Unidos”.
A expectativa da Abecip é que o setor cresça 20% neste ano.