Em junho ante maio, o setor já demitiu 2.670 pessoas das 4.500 vagas perdidas no total da indústria paulista. Para diretor do Depecon, "resultado ocorreu por causa da antecipação da colheita, e o setor deve continuar perdendo vagas até o fim do ano" (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2013 às 15h47.
São Paulo - O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, disse nesta terça-feira, 16, que a criação de empregos na indústria paulista foi muito ruim nos primeiros seis meses do ano e a estimativa para este semestre não é "nada alvissareira".
"O resultado do primeiro semestre reflete o panorama da economia em 2013, em que a atividade industrial ficou aquém das expectativas."
De acordo com a Fiesp, foram criadas 59.500 vagas de emprego no primeiro semestre. O setor de açúcar e álcool acumula no período saldo positivo de 28.077 empregos, mas o resultado deve chegar próximo de zero até o fim do ano.
Em junho ante maio, o setor já demitiu 2.670 pessoas das 4.500 vagas perdidas no total da indústria paulista. "O resultado ocorreu por causa da antecipação da colheita, e o setor deve continuar perdendo vagas até o fim do ano."
Francini disse, porém, que o mais preocupante é o que vai ocorrer com os demais setores, que acumulam no primeiro semestre a criação de 31.423 vagas. "Os demais setores devem devolver uma parte e devemos fechar o ano com a criação total da indústria de cerca de 20 mil vagas. O mês de junho não incentiva o otimismo."
Além disso, afirmou, o nível de emprego nos primeiros seis meses acumula alta de 2,31%. Desde 2006, esse resultado só foi pior em 2009 (-1,86%) e no ano passado (1,27%).
Protestos
O diretor do Depecon afirmou que a onda de manifestações que se espalhou pelo País não teve interferência no nível de emprego na indústria em junho. "O impacto não é sentido tão rapidamente como no comércio."