EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
O nível de emprego industrial está se recuperando a uma velocidade muito boa neste início de ano e seu desempenho já pode ser comparado ao dos anos de 2007 e 2008, quando registrou resultados positivos em São Paulo, disse hoje o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francine.
Segundo ele, 17 dos 22 setores que compõem a indústria paulista tiveram alta no nível de emprego em fevereiro. Das 36 diretorias regionais da Fiesp, 27 também apresentaram saldo positivo de contratações. "A extensão do crescimento do emprego se dá de forma regional e setorial", disse. Francine avaliou como bom o resultado do emprego em fevereiro, o que deve ser confirmado por outros institutos de pesquisa.
A previsão da Fiesp é que o emprego na indústria paulista encerre este ano com alta de 6,2%, o que significará a criação de 130 mil a 150 mil novos postos de trabalho. De acordo com Francine, embora o mês de fevereiro tenha registrado a primeira variação positiva na comparação anual (0,05%) desde dezembro 2008, e a tendência para março é de continuidade na criação de vagas, ainda existe um déficit de 180 mil postos de trabalho no Estado, quando se verifica o tamanho do mercado de trabalho industrial no período pré-crise (setembro de 2008). "Ainda temos um longo caminho a percorrer", ressaltou. Segundo a Fiesp, essa recuperação só deve ocorrer no início de 2011.
O setor de açúcar e álcool foi um dos principais responsáveis pelo aumento expressivo do emprego no mês de fevereiro em São Paulo. O indicador geral subiu 0,81% ante janeiro, com ajuste sazonal, e 1,07% sem ajuste, o que significou a criação de 23 mil postos de trabalho. Desse total, 30%, ou 7.089 vagas, foram criadas nas usinas. "Neste ano, tivemos uma antecipação no início da operação das usinas, o que trouxe a geração de empregos para o mês de fevereiro. Nos anos anteriores isso ocorria em março", explicou Francine.
PIB
diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp diminuiu a importância da retração de 0,2% no PIB brasileiro em 2009. "A rigor, esse era um jogo em que não existia uma grande animação da torcida. Já se sabia que o PIB iria ficar em torno de zero", afirmou.
Francine destacou que menos 0,2% significa praticamente o mesmo que uma variação positiva de 0,2%. "Não dou importância ao número negativo, até porque a perspectiva no início de 2009 era muito pior", declarou.
No início de 2009, a Fiesp esperava que o PIB caísse 1,5%. "Tudo indicava um desempenho pior que aquele que se verificou", disse. Para Francine, o resultado do PIB pode ser avaliado de forma positiva. "Deixamos a crise para trás e tivemos um início de recuperação que vem se mantendo. Foi um bom resultado", defendeu. A única ponderação de Francine se refere à atuação do Comitê de Política Monetária (Copom) a partir de agora. O temor é que as previsões dos analistas se confirmem e a taxa básica de juros (Selic) inicie uma trajetória de alta. "Agora, é só o Banco Central não incomodar e deixar a indústria fazer seu trabalho, que é produzir. Se o BC ficar quietinho será muito bom", ironizou.