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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Rio de Janeiro - O núcleo da inflação varejista na cidade de São Paulo ficou em 0,47% em maio, taxa idêntica à apurada no mês anterior. A informação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz, que classificou como "elevado" o patamar do núcleo. "Isso mostra uma persistência na inflação no varejo", comentou o especialista, comentando que este fator é mais relevante do que o recuo da inflação nas sete capitais pesquisadas pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) na quarta quadrissemana de maio.
Braz explicou que as taxas menores de inflação nas sete cidades pesquisadas pelo IPC-S foram causadas basicamente por alimentos in natura e remédios mais baratos. O economista da fundação comentou que as desacelerações de preços nestes dois tipos de produto eram esperadas, visto que os in natura subiram muito de preço no início do ano, devido a problemas climáticos, e agora começam a regularizar a oferta. Já os preços dos medicamentos sofreram reajuste, que já foi captado pelo indicador. "Eram movimentos de alta, mas passageiros", afirmou, acrescentando que outros tipos de elevação que não são passageiras ainda podem ser encontradas nas capitais.
Em São Paulo, que representa em torno de 40% do total do IPC-S, e tem o costume de nortear o resultado total do índice, a inflação nos preços dos serviços continua a avançar, e mostra taxas expressivas nos resultados acumulados. Entre os exemplos citados pelo economista na capital paulista de persistência da inflação varejista estão as altas acumuladas em 12 meses até maio em refeições em restaurantes (8,03%), lavanderia (10,16%), médicos (11,25%) e salão de beleza (7,30%). "Estes preços não costumam ceder facilmente quando estão em alta, diferente dos produtos in natura", disse, não descartando uma continuidade do avanço da inflação dos serviços em São Paulo nas próximas semanas.