Economia

FGV: TV a cores tem deflação de 7,32% em 12 meses

Baixa é causada pelos lançamentos de novos modelos de televisão nos últimos meses

Levantamento mostra que houve a mais intensa queda entre os preços de bens duráveis pesquisados pela FGV. (.)

Levantamento mostra que houve a mais intensa queda entre os preços de bens duráveis pesquisados pela FGV. (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

São Paulo - Os sucessivos lançamentos de novos modelos de televisão nos últimos meses têm empurrado para baixo os preços do produto no mercado varejista no ano da Copa do Mundo. Levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), feito a pedido da Agência Estado, mostra que os preços das televisões a cores acumulam deflação de 7,34% em 12 meses até maio, a mais intensa queda entre os preços de bens duráveis pesquisados pela fundação no mesmo período. Responsável pelo levantamento, o economista da FGV André Braz explicou que o fenômeno já está sendo detectado pela fundação há algum tempo: até maio do ano passado, a deflação nos preços dos televisores era até mais intensa, de 10,23% no acumulado em 12 meses.

"O que temos aqui é que, todo o ano, surgem vários modelos de televisão diferentes, mais modernos do que os anteriores. Isso estimula o consumidor a comprar sempre o modelo mais avançado, enquanto o produto lançado no ano anterior torna-se obsoleto", explicou. Ele comentou que, com isso, os modelos que eram "novos" até o ano anterior acumulam nas lojas, visto que o consumidor é atraído pelos lançamentos que acabam de chegar aos pontos de venda. "Assim, os varejistas acabam reduzindo o preço dos modelos 'mais antigos', por assim dizer, mas que foram lançados apenas no ano passado", resumiu, acrescentando que está ocorrendo "uma canibalização interna" dos modelos mais antigos de televisão pelos produtos mais recentes.

Braz atentou que este fenômeno também pôde ser observado nos preços dos celulares, nos últimos anos, no mercado brasileiro. "Os lançamentos de modelos novos eram frequentes, e acabavam deixando obsoletos outros tipos de aparelho celular lançados apenas alguns meses antes", lembrou.

No mesmo levantamento sobre preços de duráveis feito pela FGV, é possível perceber que o fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) fez toda a diferença nos preços de automóveis e de produtos da linha branca, que começam a subir após o término do benefício fiscal, iniciado no ano passado. Até maio deste ano, a fundação apurou aumentos de 2,01% em 12 meses nos preços de máquinas de lavar roupa, de 1,33% nos preços de refrigeradores e freezers, e de 3,67% nos preços de automóveis novos. Em maio do ano passado, quando o recuo do IPI ainda estava em vigor, cada um destes itens mostrava deflações acumuladas de 5,54%, de 2,28%, e de 6,41% em 12 meses, respectivamente.

Leia mais sobre Copa do Mundo ou televisões

 

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoEmpresasEsportesFGV - Fundação Getúlio VargasFutebolTelevisãoTVVendas

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo