Índice Geral de Preços-Mercado encerrou maio com alta de 0,28%, ante taxa de 0,80% em abril (Amanda Perobelli/Reuters)
Reuters
Publicado em 28 de maio de 2020 às 08h35.
Última atualização em 28 de maio de 2020 às 08h40.
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) encerrou maio com alta de 0,28%, desacelerando ante taxa de 0,80% registrada em abril, com deflação ao consumidor em meio às restrições impostas para contenção do coronavírus.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou nesta quinta-feira que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, desacelerou a alta a 0,59% no mês, de 1,12% em abril.
Os preços dos Bens Intermediários passaram a cair no mês 1,34%, contra estabilidade em abril, com o subgrupo materiais e componentes para a manufatura enfraquecendo o avanço de 3,10% para 0,23%.
O consumidor, por sua vez, viu os preços ficarem mais baratos uma vez que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% sobre o índice geral, teve recuo de 0,60% em maio, contra avanço de 0,13% no mês anterior.
As principais contribuições para esse resultado partiram do grupo Educação, Leitura e Recreação, com queda de 2,22% no mês, e Transportes, cujos preços caíram 2,60%.
Já o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) passou a subir 0,21%, de 0,18% antes.
O IGP-M é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de aluguel de imóveis.
A confiança do setor de serviços no Brasil teve recuperação em maio após uma redução nas expectativas pessimistas, mas os ganhos não foram suficientes para compensar as perdas históricas sofridas nos últimos dois meses.
A FGV informou que o seu Índice de Confiança de Serviços (ICS) teve alta de 9,4 pontos em maio, para 60,5 pontos. Em abril, o índice havia caído para a mínima da série histórica, iniciada em junho de 2008.
Mas de acordo com a FGV o resultado de maio representa uma recuperação de apenas 21,7% ante as perdas sofridas nos últimos dois meses em meio às consequências econômicas da pandemia de coronavírus.
"A melhora foi muito influenciada pela revisão das expectativas, sinalizando uma redução do pessimismo", disse em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV IBRE. "Para os próximos meses, ainda não é possível enxergar recuperação robusta principalmente pela alta incerteza e pelo cenário negativo no mercado de trabalho."
O Índice de Expectativas (IE-S) -- que mede a percepção dos empresários sobre o futuro do setor de serviços -- teve alta de 17,4 pontos este mês, para 64,7 pontos, recuperando somente 32,5% da queda acumulada nos três meses anteriores.
Já o Índice de Situação Atual (ISA-S) subiu 1,5 ponto, continuando próximo à minima histórica de 55,5 pontos registrada em abril.