Os preços das matérias-primas agropecuárias estão próximos da estabilidade, com redução de 0,05% na segunda prévia de novembro (Delfim Martins/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2012 às 12h34.
Rio de Janeiro - A deflação de 0,16% registrada na segunda prévia de novembro do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) não deve se repetir no indicador fechado deste mês. O ritmo de queda nos preços no atacado começa a perder fôlego, o que faria a taxa se aproximar da estabilidade até o fim de novembro, segundo o coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros.
"As matérias-primas começam a sair da deflação, um sinal de que essa queda no IPA (Índice de Preços por Atacado) é temporária, vai durar mais um ou dois meses no máximo e depois termina. Ainda tem deflação, mas ela está acabando. As quedas não estão mais tão grandes, o milho já está subindo, e a soja está caindo menos", avaliou Quadros.
As matérias-primas brutas passaram de um recuo de 1,12% na segunda prévia do IGP-M de outubro para uma queda de 0,58% na segunda prévia de novembro. Mas os preços das matérias-primas agropecuárias já estão próximos da estabilidade, com redução de 0,05% na segunda prévia de novembro, após terem caído 0,25% na mesma prévia de outubro. "As taxas ainda estão negativas, mas rapidamente se aproximando do território positivo", alertou o economista do Ibre.
No mesmo período, o milho em grão saiu de uma queda de 3,91% para uma alta de 3,07%. Já a soja em grão reduziu a queda de -5,56% para -3,08%. "Até o final de novembro ou início de dezembro, o IGP-M deve estar de volta ao positivo. Não significa que vai ter pressão sobre a inflação. É só o fim de uma situação transitória causada pelo choque agrícola", observou Quadros, que espera para as próximas leituras uma fase de acomodação no indicador.
O destaque na deflação na segunda prévia do IGP-M de novembro foi a redução de 1,09% nos preços dos alimentos processados. "Já é a queda das matérias-primas que chega tanto na indústria quanto no varejo", apontou o economista.