A grande pressão sobre o IPC-S neste momento é feita por produtos alimentícios e serviços (USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2013 às 13h47.
São Paulo - A Fundação Getulio Vargas (FGV) elevou a projeção para o resultado do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) em 2013 de 5,5% para 5,7%.
A revisão, segundo o coordenador do IPC Brasil, Paulo Picchetti, não se deve ao resultado de maio (0,32%) divulgado nesta segunda-feira, 3, mas ao desempenho de alguns grupos de produtos, principalmente alimentação, no acumulado do ano.
O resultado de maio ficou 0,20 ponto porcentual abaixo do de abril, puxado pela redução nas tarifas de ônibus em algumas capitais do Nordeste.
Mas serão justamente as tarifas as possíveis vilãs do IPC-S de junho. Segundo Picchetti, o aumento nas tarifas de transporte coletivo em capitais como São Paulo e Rio devem impactar o resultado em 0,10 ponto porcentual. A projeção para junho é de 0,30%.
Sobre o impacto que a depreciação do câmbio poderá causar na inflação, Picchetti disse não acreditar que será significativo.
Para o professor, o dólar a R$ 2,14, como registrado na sexta-feira passada, 01, não representa um novo nível de câmbio. "Eu não acredito que o câmbio fique neste patamar nos próximos meses. Nem o mercado acredita. Se você olhar o Focus, a projeção para o fim do ano é de R$ 2,05."
A grande pressão sobre o IPC-S neste momento é feita por produtos alimentícios e serviços. Picchetti fez um levantamento comparando estes dois grupos nos cinco primeiros meses de 2012 e 2013, e o resultado mostrou que eles caminham em direções opostas.
Enquanto o setor de serviços apresenta um acumulado menor em 2013 - 6,64% contra 9,58% -, a alimentação apresenta um acumulado bem maior - 6,27% ante 2,09%.
A notícia favorável é que pela primeira vez, desde maio de 2012, o acumulado em 12 meses dos alimentos apresentou recuo. Em abril o acumulado era de 13,7%; em maio, foi de 13,42%. Para Picchetti, o fato de o acumulado do ano "já estar muito forte" e não haver perspectivas de problemas de demanda pode ser um indicativo de um início de desaceleração.