Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.823 domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 1º e 23 de março (PeopleImages/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de março de 2019 às 09h09.
Rio de Janeiro — A confiança do consumidor caiu 5,1 pontos em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 27, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) desceu a 91,0 pontos, o menor nível desde outubro de 2018. É a segunda queda seguida, perdendo 5,6 pontos, após quatro meses consecutivos de avanço, período em que acumulou um aumento de 13,5 pontos.
"O resultado de março sugere haver desapontamento dos consumidores com o ritmo de recuperação da economia, após projetarem melhoras para a economia e para as finanças familiares nos meses anteriores. Além da velocidade da recuperação estar aquém do esperado, a demora no avanço das reformas tem contribuído para o aumento da incerteza econômica", diz a nota divulgada pela FGV.
Em março, tanto as avaliações sobre o presente quanto às expectativas em relação aos próximos meses pioraram. O Índice de Situação Atual (ISA) recuou 1,5 ponto, para 76,6 pontos, retornando ao patamar próximo do resultado de janeiro. O Índice de Expectativas (IE) caiu 7,6 pontos, para 101,4 pontos, o menor registro desde outubro do ano passado (95,3).
O indicador que mede o grau de otimismo com a situação econômica futura foi o que mais contribuiu para a queda do ICC em março, ao cair 8,3 pontos, para 118,3 pontos, o menor nível desde outubro de 2018 (106,0). O indicador que mede as perspectivas futuras quanto à situação financeira das famílias nos meses seguintes também piorou, ao cair 5,0 pontos, para 100,9 pontos.
"Com a redução da satisfação sobre o momento atual e arrefecimento das expectativas, os consumidores voltam a adiar compras. O indicador que mede a intenção de compras nos próximos meses caiu 7,8 pontos, para 84,8 pontos, o menor valor desde dezembro de 2018 (84,4)", diz a nota da FGV.
Entre os indicadores que compõem o ISA, após quatro meses de resultados positivos, o indicador que mede a percepção da situação econômica caiu 1,9 ponto, para 83,5 pontos, e o que mede a percepção em relação às finanças familiares diminuiu 1,1 ponto, para 70,3 pontos.
Além disso, a queda na confiança ocorreu em todas as classes de renda. Para as famílias com renda até R$ 2.100,00, o ICC-R1 acumulou, nos últimos dois meses, queda de 9,9 pontos, influenciado por uma diminuição das perspectivas sobre a situação financeira da família.
A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.823 domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 1º e 23 de março.