Economia

Cigarro e conta de luz aceleram inflação da baixa renda

Alta nos preços do cigarro e da conta de luz acelerou a inflação da baixa renda, segundo a FGV


	Cigarro: preço saltou 8,63% em maio, muito acima dos 0,14% registrado em abril
 (Stock Xchng)

Cigarro: preço saltou 8,63% em maio, muito acima dos 0,14% registrado em abril (Stock Xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2016 às 14h23.

A aceleração da inflação percebida pelas famílias de baixa renda em maio foi puxada por pressões específicas em despesas relevantes para o orçamento.

O preço do cigarro e da conta de luz são os principais exemplos, segundo o economista André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Mais cedo, a FGV informou que o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) acelerou de 0,69% em abril para 0,84% em maio.

O preço do cigarro saltou 8,63% em maio, muito acima dos 0,14% registrado em abril. O aumento foi causado tanto por elevação de impostos quanto por causa de reajustes nas tabelas de algumas marcas, disse Braz.

A conta de luz encareceu em 3,26% em maio, após uma deflação de 4,02% em abril. Braz explicou que houve alguns reajustes contratuais anuais nas áreas de algumas distribuidoras, como a Coelba, que atende a Bahia. Além disso, o valor pago de PIS/Cofins, que varia mensalmente, foi maior em maio.

Tirando os casos de reajustes específicos, Braz destacou que o grupo Alimentação, que tem o maior peso no orçamento das famílias de baixa renda, desacelerou de 0,62% em abril para 0,53% maio.

Nesta época do ano, o alívio nos preços dos alimentos é comum, pois o clima fica mais favorável, com menos calor e chuvas. Só que, neste ano, esse efeito sazonal está mais lento e deverá ser sentido com mais força no IPC-C1 de junho.

Ainda assim, essas desacelerações não deverão fazer muita diferença nos orçamentos domésticos. Isso porque acumulam alta elevada em 12 meses.

Segundo Braz, o item "gêneros alimentícios" (que capta os preços dos alimentos no supermercado) acumula alta de 15,29% em 12 meses, bem acima dos 9,82% na média do IPC-C1.

"A batata-inglesa acumula alta de 81,74% em 12 meses. Mesmo que caia 20% no mês que vem, o consumidor vai continuar achando caro", afirmou Braz.

Em maio, o preço da batata avançou 14,23% no IPC-C1. O grupo Alimentação registra alta de 13,2% em 12 meses, também acima da média. "Se o salário da família subiu em torno de 10%, isso significa que foi preciso cortar outros gastos para continuar comprando a mesma quantidade de alimentos", completou o economista da FGV.

Acompanhe tudo sobre:CigarrosEnergiaEnergia elétricaInflaçãoServiços

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto