FGTS: governo quer fazer a repartição de modo a assegurar aos trabalhadores um pequeno ganho real (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Agência O Globo
Publicado em 2 de julho de 2020 às 07h24.
Última atualização em 2 de julho de 2020 às 07h28.
O FGTS fechou 2019 com lucro líquido de cerca de R$ 7 bilhões, de acordo com integrantes do Conselho Curador do Fundo. Parte desse resultado será distribuído entre os cotistas com saldo na conta em 31 de dezembro do ano passado.
A ideia do governo é fazer a repartição de modo a assegurar aos trabalhadores um pequeno ganho real (acima da inflação) de 0,5 ponto percentual, mais 3% ao ano. O balanço deverá ser divulgado neste mês, e a Caixa Econômica Federal tem até 31 de de agosto para efetuar o crédito nas contas.
Tradicionalmente, as contas vinculadas ao FGTS são remuneradas a 3% ao ano mais a Taxa Referencial (TR), atualmente zerada. Essa rentabilidade já supera outros tipos de aplicação, diante da queda na taxa de juros básica da economia (Selic).
Com a Selic na mínima histórica, de 2,25% ao ano, um rendimento de 3% em 12 meses já supera os ganhos registrados na caderneta de poupança e em alguns títulos do Tesouro, por exemplo.
No ano passado, o rendimento do FGTS chegou a superar 6%, graças à distribuição de lucros. Esse desempenho, no entanto, não deve se repetir este ano.
Um lucro em torno de R$ 7 bilhões está bem abaixo do registrado em 2018, que foi de R$ 12,2 bilhões em 2018 para cerca de R$ 7 bilhões. O saque emergencial das contas ativas e inativas, autorizado em meados do ano passado para estimular a economia, contribuiu para reduzir o saldo total do Fundo.
Outro ponto é que, no ano passado, todo o lucro auferido em 2018 foi distribuído. Desta vez, será apenas parte. Ficou a critério do Conselho Curador decidir o montante exato. Os valores deverão ser definidos na próxima reunião do conselho, que vai ocorrer ainda este mês.