Economia

Fevereiro teve melhor resultado primário para mês desde 2015, diz BC

Para BC, recuperação foi gerada basicamente por receitas recorrentes e controle de despesas

Contas públicas: mesmo com o déficit de fevereiro, o bimestre terminou com superávit primário devido ao forte resultado de janeiro (Foto/Thinkstock)

Contas públicas: mesmo com o déficit de fevereiro, o bimestre terminou com superávit primário devido ao forte resultado de janeiro (Foto/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de março de 2018 às 16h32.

Brasília - A recuperação da atividade, o controle de gastos e a queda do juro têm levado os resultados fiscais para o melhor patamar desde 2015. A avaliação foi feita pelo chefe do departamento de estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha.

"A recuperação dos resultados está alinhada com a retomada da economia", disse o técnico ao apresentar os números à imprensa.

Segundo o BC, o déficit primário de R$ 17,414 bilhões registrado em fevereiro é o melhor resultado para o mês desde 2015. "Essa recuperação foi gerada basicamente por receitas recorrentes e controle de despesas", disse Rocha, ao comentar que a recuperação da economia tem elevado a arrecadação de impostos.

Mesmo com o déficit de fevereiro, o bimestre terminou com superávit primário devido ao forte resultado de janeiro. Nos dois meses, o primário somou R$ 29,527 bilhões. Nesse caso, disse o técnico, esse é o melhor resultado para o período desde 2012.

Também houve destaque na conta de juros. A conta paga de R$ 28,393 bilhões no mês passado foi o menor para o mês desde 2014. Rocha explicou que a redução da taxa Selic tem sido mais significativa que o aumento nominal da dívida pública que ocorre normalmente com a incorporação dos juros da dívida.

Dívida

A dívida líquida do setor público alcançou 52,0% em fevereiro, o maior patamar desde julho de 2004, de acordoFernando Rocha.

Ele ressaltou que o aumento tanto na dívida líquida quanto na dívida bruta já era esperado dados os resultados deficitários acumulados pelo setor público nos últimos meses, que elevam a necessidade de emissão de papéis pelo Tesouro Nacional. "A dívida tende a crescer na medida em que você tem resultados deficitários", lembrou.

Apesar do endividamento crescente, Rocha chamou a atenção para a redução na conta de juros no primeiro bimestre de 2018 para R$ 56,707 bilhões, ante R$ 67,189 bilhões no mesmo período do ano passado.

O principal fator para essa queda foram os cortes na taxa Selic. Em janeiro e fevereiro, a Selic efetiva acumulada em 2018 foi 1,05%, enquanto, no mesmo período de 2017, o porcentual foi de 1,96%. Ele lembrou que houve variação também no IPCA do período, de 0,71% para 0,61%, mas que a queda da Selic foi mais relevante.

Mesmo com o déficit de R$ 17,414 bilhões registrado pelo setor público em fevereiro, Rocha ressaltou o superávit de R$ 4,529 bilhões dos governos regionais do mês passado. "O resultado superavitário dos governos regionais permanece significativo", avaliou.

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