Protesto nos EUA contra desemprego: presidente regional do Fed acredita que problema é o desacordo entre as habilidades dos funcionários e o desejado por empregadores (Andrew Burton/ Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2012 às 18h01.
Jackson Hole (EUA) - Dois presidentes regionais do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) expressaram ceticismo neste sábado de que o mercado de trabalho norte-americano está travado por fatores que um afrouxamento monetário maior poderia facilmente resolver.
O presidente do Federal Reserve de Richmond, Jeffrey Lacker, disse que observou desacordos entre as habilidades dos funcionários de sua região e o desejado por empregadores. Ele argumenta contra as conclusões de um relatório apresentado no Simpósio Econômico Anual do Federal Reserve do Kansas City neste sábado, que diz que este tipo de inadequação não era o grande motivo do alto nível de desemprego.
O documento conclui que a real causa da elevada taxa atual de desemprego é uma fraca demanda e o banco central dos EUA pode ajudar a impulsioná-la ao fornecer mais estímulo econômico. Problemas estruturais, entretanto, estão além do alcance dessas medidas.
Lacker não está convencido de que problemas cíclicos de demanda estão por trás das preocupações sobre o mercado de trabalho. Mesmo que os desajustes atuais não sejam permanentes, "são reais impedimentos para reabilitar o mercado de trabalho do modo como nós o queremos", disse ele. "Não está claro se as políticas monetárias podem resolver esses fatores de maneira significativa." Ele integra um grupo que tende a resistir aos novos esforços para estimular o crescimento.
Já o presidente do Federal Reserve de Saint Louis, James Bullard, disse ter encontrado evidência de que a economia está em um novo caminho de crescimento mais lento depois da crise financeira. Isso significa que o Fed pode não ter muito mais a fazer para o crescimento voltar à total capacidade. "Certamente parece que a economia estava em uma tendência pré-crise e está em uma tendência bem diferente pós-crise", afirmou ele, apontando para os níveis reais do Produto Interno Bruto (PIB). As informações são da Dow Jones.