Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve, o Banco Central americano (Getty Images)
João Pedro Caleiro
Publicado em 19 de setembro de 2013 às 13h18.
São Paulo - O Federal Reserve desafiou as expectativas do mercado na tarde de ontem. Depois de uma reunião de dois dias, o banco central americano comunicou que ainda não vai começar a reduzir o tamanho do programa de compra de títulos. Para o grupo financeiro UBS, com sede na Suíça, foi uma decisão infeliz que diminui tanto a transparência quanto a clareza das metas do Fed.
O comentário assinado pelos economistas Maury N. Harris, Drew T. Matus, Samuel D. Coffin e Kevin Cummins afirma que "o Fed perdeu uma oportunidade incomum: a de começar a saída do processo de compra de títulos sem uma resposta potencialmente destrutiva do mercado".
Eles acreditam que o efeito principal será um maior ceticismo em relação a futuros comunicados.
"Agora que quaisquer advertências sobre o processo de diminuição do ritmo de compra serão provavelmente descartados por participantes do mercado, são maiores as chances de um processo desordenado de venda nos mercados de capital quando o anúncio acontecer", o que o banco prevê que só deve acontecer no primeiro trimestre de 2014.
A razão é que o próximo encontro do Fed está previsto para o final de outubro (29 e 30), mesmo período em que o Congresso americano provavelmente estará envolvido em uma disputa sobre o orçamento. Anunciar o ínicio do processo no encontro dos dias 17 e 18 de dezembro, por sua vez, poderia atrapalhar a temporada de compras do Natal.
"Até hoje, nenhum banco central que começou um processo de compra de títulos conseguiu abandonar estas políticas. O Comitê pode vir a se arrepender em perder essa oportunidade. Assim como começar uma família ou se mudar de casa, geralmente não há uma hora perfeita para mudar políticas", completam.